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15 CHINA_TIBET 2015 - Diário de Viagem – Viagem de trem 4 mil km

Hoje acaba nosso prazo de permanência no Tibet e nossa volta é por meio do trem que liga Lhasa a Beijing, cerca de 4 mil km, 42 horas de viagem passando por meio de paisagens incríveis segundo relatos que vi na internet, vídeos e também conforme comentários no Lonely Planet.

A partida será a 15:30 horas, mas levantamos tarde, arrumamos as coisas e praticamente não fazemos nada. O almoçamos e já é hora de nos deslocarmos para a estação de trem. O Lopsang, o nosso guia, já que para ir ao Tibet somente se tiver um guia responsável, nos acompanhou e ajudou em tudo que fosse possível até que os ticket de embarque estivessem nas nossas mãos. Cada um ajuda um pouco e damos para ele $200,00, cerca de R$ 100,00, a título de gorjeta.

Entramos no trem e só vejo nós de ocidentais, o resto são só chineses e mais chineses. Na nossa cabine tem mais um casal de chineses de uns 60 anos. As camas são melhores do que ir sentado em um banco, mas é bem apertado, no entanto, como não tem jeito todos se ajeitam e a viagem começa.

O trem começa a subir e subir e as paisagens vão ficando cada vez mais inóspitas, sendo que já eram em Lhasa,Paisagens congeladas do Tibet onde os lábios racham de tão seco que é. A paisagem começa a ficar com cada vez mais nevada e chega o momento em que tudo fica branco, alguns iaques pastando uma ou outra cidadezinha, algumas pessoas... O mais impressionante, se é que tudo já não seja impressionante, são os lagos congelados.

Os lagos ficam parcialmente congelados e algumas partes o gelo quebram e os pedaços sobressaem a superfície do lago formando uma visão espetacular, quando conjugado com o fundo de montanhas nevadas e algumas partes de terra totalmente cobertas por neve. Vou postar algumas fotos mas não acredito que consigam transmitir a beleza.

As cabines com 6 camas cada é bem apertado mas para dormir tudo bem. O problema que preciso pendurar as coisas acima da minha cama, mas fica meio incômodo. Tudo bem. Acho que vai dar tudo certo. Amanheceu. Dormi muito bem e como todo mundo está animado é sinal que ninguém teve problemas para dormir nas camas super compactas do trem.

O ambiente externo mudou. Agora as paisagens congeladas foram substituídas por vegetação ralinha, acinzentada, com montanhas parcialmente cobertas com de neve e mais na frente de terra. O formato das montanhas revela que chuva por aqui é desconhecida e assim é o vento que dá tão do formato das montanhas. Alguns filetes de água de desgelo, um ou outro lago... Pense num lugar desoladamente belo.

No caminho, ladeando a estrada de ferro começamos a ver alguns peregrinos, no ritual de: “ficar de pé, bater as mãos sobre a cabeça, se jogar de frente, levantar, dar 3 passos e repetir o movimento”. Eles fazem isso por kms, numa procissão de penitência interminável. Eles costumam fazer isso em torno de lugares considerados sagrados, como o palácio de Potala, a cidade de Lhasa, monastérios, templos e onde mais que alguém fala que é sagrado, aliais tem muita sacralidade por aqui, tais como montanhas, rios, lagos, prédios, cidades...

Paisagens desoladas na MongóliaMeio dia, tinha lido no guia turístico que devia levar coisas para comer porque a comida seria ruim. Pedimos um prato estava bom, daí fomos para o restaurante e pedimos frango com molho e arroz que veio sem pimenta, adicionado sal a gosto ficou uma delícia. O Alexandre pediu camarão que veio com pepino cozido e arroz. Também gostou muito. Então, contrapondo o guia a comida é boa.

Passamos pela cidade Lanzhouxi, capital da Província de Gansu, a várias horas já estamos discutindo sobre as obras Campo de turbinas eólicasimpressionantes e dá a impressão que tudo está em obras, mas nessa cidade é que ficamos, como diz o ditado, de boca aberta com a quantidade de prédios em construção, todos com certeza com mais de 30 andares. Além disso são muitas obras de estradas de rodagem e de ferro. A cidade é imensa.

Passamos ainda por campos de geração de energia eólica, com muitas, mas muitas turbinas, muitas construções e muita terra desolada, onde pequenas plantações são desenvolvidas em áreas entre as montanhas. São pequenas rocinhas que eu acho que devem aproveitar o desgelo do período de inverno para plantar alguma coisa.

Enfim, o País é desenvolvimento a cada km desses 4.018 km que andamos, mas a carência de terras férteis nos acompanharam o caminho todo, em especial na Mongólia, onde as terras são na verdade grandes desertos.

Um resumo do que vimos: a China é impressionante.

Elton Iappe

13 e 14/04/2015

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