CUIABÁ - De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o estado de Mato Grosso tem produção estimada em 97,38 milhões de toneladas de soja e milho na safra 24/25, volume que o mantém como o maior produtor agrícola do país, responsável por 30,75% da produção nacional. No entanto, essa força produtiva esbarra em um gargalo estrutural que compromete o desenvolvimento do setor nos próximos anos, a armazenagem. Com capacidade estática, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de armazenar 52,29 milhões de toneladas, o Imea aponta um déficit de 45,10 milhões de toneladas.
Nos últimos 10 anos, dados da Conab indicam que a produção estadual aumentou em 51,6 milhões de toneladas, enquanto a capacidade de armazenagem saiu de 37,82 milhões de toneladas em 2015 (safra 13/14), para 52,29 milhões em 2025 (safra 23/24), um crescimento que não acompanha a evolução do volume de grãos produzidos. Considerando a expectativa de aumento de produção, o IMEA aponta que será necessário ampliar em 177,13% a capacidade de armazenagem até 2034, caso contrário, o déficit de armazenagem poderá ser 71,87% maior que o projetado para 2025, chegando a 77,51 milhões de toneladas.
Para o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Luiz Pedro Bier, este problema afeta não apenas a logística, mas também a segurança econômica e estratégica do Estado. Ele lembra que a concentração do escoamento nos primeiros meses do ano gera sobrecarga nas rodovias e nos portos, com aumento do custo do frete e perda de competitividade.
“A grande maioria dos armazéns estão nas mãos de tradings e a gente precisa que esse armazém esteja na mão do produtor. Nós precisamos de linhas de financiamentos menos burocratizadas e com juros mais acessíveis. A questão da armazenagem de grãos é uma questão econômica muito importante, mas também é uma questão de soberania nacional ter o controle do próprio grão”, afirma.
Desde 2021, a campanha Armazém para Todos tem orientado produtores de todo o estado, como Rosana Balbieri Leal, de Primavera do Leste, que estava enfrentando dificuldades para ampliar o armazém que tinha em sua fazenda. Ela conta que através do simulador disponibilizado pela entidade, conseguiu calcular a viabilidade, considerando o volume de produção, a distância da propriedade, média de frete e até descontos por umidade.
“Começamos a mexer na plataforma e vimos que o armazém se pagava em dois ou três anos, devido à quantidade de frete e ao que perdia de desconto com umidade. Aumentamos o armazém para mais 160 mil sacas, totalizando 185 mil sacas. Depois de dois anos ele ficou pequeno, daí fizemos mais um silo de 100 mil sacas. Então, hoje, tem capacidade para quase 285 mil sacas de grãos, que é o suficiente para você fazer um giro legal e sair do momento crítico de preço de frete ou de questões de umidade. Você consegue colher, jogar no seu pulmão e voltar. E essa conta, hoje, em 2025, se fecha, pois ele está praticamente pago”, relata Rosana.
A agricultora ressalta que ter uma estrutura de armazenagem é um grande diferencial. “Quando você tem um armazém, você é dono do seu produto e consegue fazer um planejamento melhor dessa comercialização. A que hora vou vender e a hora que eu não vou vender, essas decisões começam a ser suas, você sai do mercado de soja disponível e entra no mercado de soja que está tendo balcão”, acrescenta.
O delegado do núcleo de Campos de Júlio, Ivo Frohlich Junior, também construiu estrutura própria e já conseguiu armazenar os grãos da safra 24/25 para garantir melhores contratos de comercialização. “A gente depositava a nossa soja na trading e no ano passado, a soja chegou em R$ 160 reais a saca na nossa região, sendo que nas tradings estavam pagando em torno de R$ 100 até R$ 110 reais, ou seja, tinha papel e não tinha grão, já hoje o que nós temos é a valorização do grão”, conta.
Segundo o produtor, o armazém foi feito para atender a primeira safra e, portanto, continuará utilizando silo bolsa para armazenagem da segunda safra. “A soja a gente sabe que o custo desse armazenamento é um pouco elevado. Então, com isso, a gente fez a estrutura somente para a soja”, enfatiza.
Diante da dificuldade de financiar armazéns próprios, muitos produtores avaliam a construção de armazém através de cooperativa ou em condomínio com outros produtores. “Temos muitos pequenos produtores que são os principais prejudicados e eu acredito que nós temos que unir esses pequenos produtores para eles montarem uma unidade. Nós já temos em nossa região um caso parecido, de cinco a seis produtores que se uniram e compraram uma unidade de beneficiamento, no caso, de armazenagem. Eles se uniram, produtores com 200, 300 hectares, e essa unidade já está rodando pelo segundo ano consecutivo”, afirma Junior.
Por meio da Comissão de Política Agrícola, a Aprosoja Mato Grosso continuará em busca de políticas públicas e de campanhas orientativas que incentivem a construção de silos em propriedades de pequeno e médio porte, para ampliar a capacidade de armazenamento no estado. Armazéns próprios ou em condomínio, representam uma estratégia importante para os agricultores, pois permite a comercialização da produção em momentos oportunos. Além disso, oferecem maior segurança diante de adversidades climáticas durante a colheita, fortalecem a segurança alimentar e contribuem para a soberania nacional.
Vitória Kehl Araujo - Assessoria de Comunicação (AScom)
ÁGUA BOA - Participa das Notícias Interativa, a presidente da AFAVA - Associação dos Fazendeiros do Vale dos rios Araguaia,, Cristalino e das Mortes.
Dra. Carmem Bruder comenta a decisão recente da Embrapa Solos que emitiu parecer favorável ao uso e ocupação do solo nas chamadas áreas úmidas do Araguaia e do Vale do Guaporé em Mato Grosso.
Nos últimos 3 anos a região Araguaia luta contra um decreto de implantação de áreas úmidas que prejudicaria a economia da região.
Dra Carmem lembra que a região perderia mais de 4,5 milhões de hectares em uma decisão sem precedentes.
O recente estudo da UFMT permite o uso e ocupação do solo, seguindo alguns critérios abonados também pela Embrapa.
Veja reportagem:
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Parecer favorável da Embrapa fortalece regularização da agropecuária nas áreas úmidas do Araguaia e Guaporé
CUIABÁ - A validação técnica da Embrapa Solos aos estudos que indicam caminhos para a regularização ambiental das áreas úmidas dos Vales do Araguaia e do Guaporé foi considerada uma vitória pelos produtores rurais de Mato Grosso. A conquista foi tema central de uma audiência realizada nesta terça-feira (29), no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília, com a participação do segundo vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Amarildo Merotti.
Merotti esteve acompanhado do superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), Marcelo Lupatini, e do gestor jurídico da Famato, Rodrigo Bressane. O grupo foi recebido pelo ministro Carlos Fávaro e pelo secretário-executivo Irajá Rezende de Lacerda para tratar da regularização do uso e ocupação das planícies dos vales do Araguaia e do Guaporé, regiões historicamente ligadas à produção agropecuária e que, há décadas, enfrentam entraves legais que dificultam a atividade no campo.
Durante o encontro, foi apresentado o parecer técnico da Embrapa Solos, que valida o estudo conduzido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pelo Instituto Uniselva, com apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). O estudo traz critérios científicos para orientar a ocupação e o uso sustentável das áreas, com base em levantamentos de solo e relevo em alta precisão.
O parecer, assinado pelo chefe-geral interino da Embrapa Solos, Daniel Vidal Pérez, reconhece a robustez científica da metodologia utilizada e recomenda que as diretrizes sobre o uso e manejo das áreas úmidas sejam consolidadas em um documento com força de lei, respaldado por dados detalhados sobre solos, vegetação e topografia.
“Esse parecer representa uma conquista fundamental para o produtor rural que, há décadas, convive com a insegurança jurídica e com entraves legais que dificultam o trabalho no campo. A validação científica da Embrapa nos dá a certeza de que é possível produzir com responsabilidade ambiental. Agora, é preciso que isso se traduza em regras claras, seguras e executáveis. O produtor não pode continuar sendo penalizado pela ausência de critérios técnicos atualizados”, afirmou Amarildo Merotti, vice-presidente da Famato.
A audiência também contou com a participação da presidente da Associação dos Fazendeiros do Vale do Araguaia, Carmem Bruder; da presidente da Associação Campos Guaporé, Joana de Resende; do prefeito de Vila Bela da Santíssima Trindade, Jacob Andrade; do secretário municipal de Fomento, Edcley Coelho; do assessor parlamentar da ALMT, Gideon Danni; além de técnicos do Mapa e representantes das associações.
Para o gestor jurídico da Famato, Rodrigo Bressane, a integração entre a ciência, o setor produtivo e o poder público são premissa indispensável para a construção de soluções sustentáveis. “A temática em questão requer a conciliação entre a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico. Nesse contexto, o parecer técnico emitido pela Embrapa representa um importante instrumento de embasamento técnico-científico para assegurar esse equilíbrio de forma jurídica e responsável”, ressaltou.
Com a entrega oficial do parecer, o próximo passo será a elaboração de um marco legal estadual que reconheça os dados técnicos apresentados e permita a modernização da legislação ambiental, garantindo segurança jurídica e acesso à tecnologia para os produtores dos Vales do Araguaia e do Guaporé.
Assim pode ser definido o maior leilão da pecuária brasileira, o Mega Leilão 10.025 promovido neste sábado, pela Estância Bahia Leilões.
O evento aconteceu no Tatersal da EBL ao lado da Polícia Rodoviária Federal em Água Boa.
Palco de um evento tradicional, o Mega Leilão atraiu centenas de pessoas e milhares de animais foram comercializados.
O Mega começou na manhã deste sábado e passou da meia-noite, terminando somente na madrugada de hoje, domingo.
Leva uma marca inconfundível da Estância Bahia Leilões: a tradição, a confiança e a certeza de bons negócios.
============== Atualizada 24 Abril 25
ÁGUA BOA – O pecuarista e leiloeiro Maurício Tonhá participou do programa da Notícias Interativa para divulgar os detalhes do Mega Leilão Maurício Tonhá e o Mega Leilão 10.025, considerado o maior evento da pecuária brasileira.
O leilão acontece neste sábado, dia 26 de abril, na tradicional Estância Bahia Leilões, em Água Boa (MT).
O evento reúne milhares de cabeças de gado de alto padrão genético e é um marco no calendário nacional do setor agropecuário, movimentando a economia regional e atraindo investidores de todo o país.
Maurício Tonhá destacou a estrutura montada para o leilão, o nível dos animais ofertados e a importância do evento para o desenvolvimento da pecuária brasileira.
A expectativa é de mais um recorde de vendas e participação, consolidando a Estância Bahia como referência nacional em leilões.
Com quase 1 milhão de animais comercializados, maior leilão do Brasil acontece esta semana em MT
ÁGUA BOA - Em 24 anos, cerca de 1 milhão de cabeças de gado já foram comercializadas durante os Mega Leilões realizados pela Estância Bahia. Em números atuais, o total performa cerca de R$ 3 bilhões movimentados neste período. Considerado o maior do Brasil, este ano o evento ofertará 25 mil animais para arremate no dia 26 de abril em Água Boa, região Leste de Mato Grosso. A expectativa desta 25ª edição é de R$150 milhões em negócios.
O evento, que já é tradicional entre os pecuaristas, volta à modalidade presencial este ano, oferecendo o habitual receptivo aos amigos, clientes e parceiros. Além da movimentação econômica com a venda de animais, o Mega Leilão é também um ponto de encontro para networking.
Guilherme Tonhá, diretor comercial da Estância Bahia Leilões, explica que o Mega Leilão “é um evento que dita as regras de preço do mercado. A qualidade dos animais e o trabalho bem feito pela leiloeira na apartação também são características que tornam o evento único no país”, pontuou.
O que chama atenção no Mega Leilão, se comparado a outros grandes eventos do Brasil, é o volume de comercialização de gado de corte em encontros desse contexto. Internamente, a equipe já chama carinhosamente de ‘Copa do Mundo da Pecuária’, já movimenta um grande público para assistir. E, além disso,apresenta os melhores animais em campo.
“Vender animais no mega leilão faz toda a diferença, pois é um evento que oferece confiança em patamares de preço. Então, e a gente quer saber se o mercado está mais quente ou mais frio, o Mega Leilão tem essa virtude muito grande e o pessoal já aguarda com ansiedade para tomada de decisões também”, pontuou Tonhá.
Emprego - O Mega Leilão envolve um volume interessante de pessoas, com mais de 200 funcionários diretamente envolvidos no evento. Além disso, movimenta a economia do estado e do país. "Podemos afirmar que movimenta uma casa de aproximadamente 150 milhões. O evento gera receita para hotéis, restaurantes e outros setores, além de movimentar a economia com a venda de animais e a prestação de serviços”, esclarece Tonhá.
Tecnologia - Apesar de acontecer presencialmente, o Mega Leilão usa a tecnologia a favor do bem-estar dos animais que são pesados, separados em lotes homogêneos e filmados para apresentação virtual aos compradores, evitando assim o deslocamento e perdas significativas em cada cabeça de gado. A atitude também traz benefícios econômicos e reforça o compromisso que a leiloeira tem com a sustentabilidade.
"A tecnologia vem sendo cada vez mais importante na nossa vida e isso vem tendo uma mudança muito forte de cultura. Nós trabalhamos quantidade, mas com foco na qualidade do que é oferecido. Então, o uso de tecnologia evita o deslocamento de um volume significativo de caminhões e também perda em animais, seja por diminuição do peso, fraturas ou até óbito”, explicou Guilherme Tonhá. (Culture Comunicação | Assessoria EBL)
NOVA NAZARÉ - A manhã desta sexta-feira (25.04) foi marcada por troca de conhecimentos e demonstrações técnicas durante mais uma edição da Visita Técnica no Centro Tecnológico (CTECNO) Araguaia, em Nova Nazaré. O evento, realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), contou com a participação de mais de 250 pessoas entre produtores rurais, pesquisadores, estudantes, consultores e técnicos.
Com uma área de 275 hectares dedicada exclusivamente à pesquisa, o Coordenador de Pesquisa do CTECNO Araguaia, André Somavilla, destacou a importância do evento para os produtores rurais e sinalizou que o desafio de produzir em solos com limitações naturais exige soluções adequadas à realidade local.
“Aqui no CTECNO Araguaia enfrentamos alguns desafios relacionados principalmente ao tipo de solo, ao teor de água e o fornecimento de água para as plantas. Esses resultados são muito importantes para os produtores porque a nossa realidade dentro da área experimental é também a realidade dos produtores. Aqui eles vão observar os desafios que eles têm nas fazendas e ver como estamos lidando com esses desafios e procurando contornar da melhor maneira possível”, explicou André Somavilla.
Durante a visita, foram debatidos assuntos como: Alternativas de Rotação com Soja, Mitigação dos Riscos Climáticos na Segunda Safra de Milho, Plantas daninhas, herbicidas e o impacto na produtividade, além de abrir espaço para o debate entre técnicos e agricultores sobre os desafios enfrentados na safra.
Para o 2° Diretor Administrativo da Aprosoja MT, Jorge Giacomelli, a iniciativa reforça o compromisso da entidade com o desenvolvimento regional, uma vez que mostra os resultados e leva conhecimento aos produtores para que possam aplicar em suas propriedades.
“O CTECNO Araguaia é um importante centro de pesquisa que foi trazido aqui para a região do Vale do Araguaia, que mostra a textura do solo e um clima mais severo do que o restante do Mato Grosso. Então é muito importante essas pesquisas que são feitas nesse tipo de solo para favorecer a produtividade na região”, pontuou Jorge Giacomelli.
O delegado coordenador do Água Boa, Altair Jose Kolln, ressaltou que os resultados gerados em Nova Nazaré estão sendo utilizados como referência para os produtores da região, favorecendo a rentabilidade e lucratividade nas atividades.
“Eu espero que assim seja, que todos os agricultores venham e consigam tirar algum proveito, copiar alguma coisa ou dar alguma opinião para nós melhorarmos também no dia a dia na nossa fazenda e também para que nosso Centro Tecnológico possa melhorar cada dia para que nós possamos cada vez ter mais rentabilidade e lucratividade nas nossas atividades”, ressaltou.
Participando pela segunda vez consecutiva do CTECNO Araguaia, o produtor rural de Água Boa, Vilmar Postal, esclareceu que é importante para o produtor observar os resultados de perto, obtendo informações concretas do que utilizar em suas propriedades no dia a dia.
“A iniciativa da Aprosoja Mato Grosso é muito louvável. O que nós produtores temos é uma necessidade de informações. E essas informações precisam vir de algum estudo concreto, algum estudo aprofundado, de algum estudo prático do que acontece no dia a dia. Então, esse Centro de Pesquisa veio muito a somar para a nossa região pela necessidade que nós temos de conhecimentos”, comentou.
A Visita Técnica no CTECNO Araguaia é uma das estratégias da Aprosoja Mato Grosso para aproximar o campo da pesquisa aplicada, fomentando a adoção de tecnologias que aumentem a produtividade e corroborem para o crescimento do agronegócio em todas as regiões de Mato Grosso. (Ascom)
============== Atualizada 24 Abril 24
ÁGUA BOA - O Núcleo Aprosoja local terá reunião nesta quinta-feira, 24 de abril, a partir das 19h.
O encontro será no Sindicato Rural. A gestora Jerusa Rech apresentará relatório do Comissão de Defesa Agrícola. Diversos assuntos estarão na pauta.
Amanhã, sexta-feira, ocorre o Encontro Técnico na Área Experimental da Aprosoja, localizada na MT-326 a um quilômetro do antigo Rei da Estrada na BR-158.
As visitas ao CTECNO Araguaia da Aprosoja começam às 7h. Altair Kölln da Aprosoja fala sobre o assunto.
Veja reportagem:
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Aprosoja MT promoverá visitas técnicas ao CTECNO Araguaia
NOVA NAZARÉ - A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) segue com inscrições para as visitas técnicas ao Centro Tecnológico Araguaia. A visita é aberta a produtores rurais, agrônomos, consultores e revendas.
O CTECNO Araguaia, vai acontecer no dia 25 de abril, sexta-feira, na região leste. Nesta etapa, os participantes poderão observar os resultados dos protocolos desenvolvidos nas culturas de 2º safra, como o milho. As inscrições podem ser realizadas no site da Aprosoja MT de forma gratuita.
O CTECNO Araguaia, está com seu centro de pesquisa localizado na Rodovia MT-326, entroncamento com a BR-158, a 1km sentido município de Nova Nazaré. A área é de 300 hectares, e desenvolve, há três anos, experimentos em solos rasos e de textura siltosa. As inscrições poderão ser realizadas pelo link abaixo:
NOVA NAZARÉ - Nesta quarta-feira, 29.01, mais de 250 pessoas participaram da visita técnica da etapa soja realizada no Centro Tecnológico (CTECNO) Araguaia da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), localizado no município de Nova Nazaré. O evento contou com três estações técnicas focadas nos principais gargalos da safra 24/25, como o manejo de herbicidas, o controle do escoamento superficial de água na lavoura e a plantabilidade da soja. Além disso, os participantes conheceram 36 variedades da oleaginosa, semeadas em duas épocas.
De acordo com o vice-presidente da Aprosoja MT, Luiz Pedro Bier, o CTECNO Araguaia é um centro de pesquisa pioneiro, capaz de fornecer soluções específicas para solos com alto teor de silte.
“Solos siltosos são uma grande fronteira agrícola do estado de Mato Grosso, abrange uma área que vai de Canarana até a região de Nobres. É importante pesquisar sobre isso porque ainda não existem tecnologias e conhecimentos suficientes sobre esses solos, principalmente quando se trata da segunda safra, de milho, que é um desafio para os produtores rurais da região”, pontuou Bier.
O coordenador do CTECNO Araguaia, André Somavilla, destacou a complexidade do manejo agrícola na região, com solo composto por 30 a 44% de silte, além de variação na profundidade da rocha, o que torna a prática bastante desafiadora. "O alto teor de silte imprime algumas particularidades, como maior encharcamento, períodos maiores com alto teor de umidade e menor espaço de friabilidade para manejo da área. Então, integrar todos esses fatores, manejo de plantabilidade, manejo de água na lavoura, doses mais assertivas de fertilizantes, por exemplo, torna o aporte de recursos mais eficiente”, argumenta.
As estações técnicas abordaram temas cruciais, como o programa de herbicidas para controle de plantas daninhas e estratégias para a conservação do solo. Entre as práticas apresentadas para manejo de água na lavoura, destacam-se a utilização de terraços e canal vegetado para escoamento da água.
Durante o evento, na primeira estação foi discutido como o capim pé-de-galinha tem comprometido a produtividade da soja em toda a região do Araguaia, conforme relata o associado do núcleo de Canarana, Estevao Krupinski. “Há fazendas que estão com problema na colheita, em que a soja não produziu o esperado pois o pé de galinha está comprometendo, então é um caso bem complicado. E hoje, o que mostraram é um começo para cada um tomar um rumo e partir para fazer um controle mais efetivo”, destaca Krupinski.
O vice-presidente leste da Aprosoja MT, Lauri Jantsch, destacou a importância da troca de experiências entre os produtores, enfatizando a relevância de buscar informações que contribuem para a tomada de decisão dentro de suas propriedades. “Temos tido muito problema com o capim pé-de-galinha. Então, ter uma estação aqui no CTECNO em que apresenta diferentes produtos para realizar o controle eficiente dessa planta daninha, é muito importante para o produtor descobrir qual princípio ativo será capaz de controlar de forma mais efetiva”, explica.
Para o delegado coordenador de Água Boa, Altair José Kolln, os experimentos realizados no CTECNO Araguaia são extremamente satisfatórios, pois oferecem soluções efetivas para médio e longo prazo. “É muito difícil o manejo dos solos siltosos, por isso é importante conhecer estratégias e as tecnologias disponíveis para que tenhamos uma lavoura de sucesso, rentável e que justifique a nossa permanência nesse ramo”, acrescenta Altair.
Os desafios relacionados à plantabilidade e ao manejo adequado da água, conforme abordados na segunda e terceira estação, respectivamente, também envolveram discussões quanto a importância da regulagem correta das máquinas agrícolas e o tamanho das curvas de nível, terraços e canais vegetados. Com a visita técnica do CTECNO Araguaia, a Aprosoja Mato Grosso reforça o compromisso com a realização de pesquisas que levam em consideração as especificidades das características do Araguaia, e contribuem para sustentabilidade da produção agrícola dos associações da região.
Vitória Kehl Araujo
================= Publicado dia 20 jan 25
NOVA NAZARÉ - As inscrições para a visita técnica do CTECNO, Centro Tecnológico Araguaia, da Aprosoja, Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, estão abertas. O evento acontece no dia 29 de janeiro, em Nova Nazaré, e promete apresentar atualizações importantes para os produtores de soja da região, abordando temas como: dinâmica da água na lavoura e estratégias de manejo e conservação do solo; construção de um programa de herbicidas eficiente; e, desafios e estratégias de plantio em solo siltoso.
No ano passado, a entidade implantou um projeto hidrológico para manejo de enxurrada e escoamento superficial. Este projeto molda a área experimental e a torna pioneira nessa temática. De acordo com o vice-presidente sul e coordenador da comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja, Fernando Ferri, o projeto foi necessário devido à baixa penetração de água nas áreas com alto teor de silte.
O CTECNO Araguaia é o único centro de pesquisa independente com foco em solos siltosos. As áreas com alto teor de silte representam mais de três milhões de hectares de áreas agricultáveis e careciam de informações técnicas e científicas. O solo da região é composto por 30 a 44% de silte, o que torna a prática da agricultura bastante desafiadora.
Outra problemática comum e importante em solos com alto teor de silte é o selamento superficial, que dificulta e atrasa o processo de emergência de plântulas, em especial a soja. Durante o evento, os participantes podem acompanhar também o desenvolvimento de 36 variedades de soja semeadas em duas épocas, uma no final de outubro e outra em meados de novembro.
Com a presença de pesquisadores e especialistas, o evento promete ser uma oportunidade única para os produtores debaterem os desafios e as soluções para a agricultura em áreas de solos rasos e com alto teor de silte. As inscrições para o evento já estão abertas e podem ser feitas no site www.sympla.com.br, (Sapicuá Rádio News)
CUIABÁ - A carne bovina segue sendo o grande motor das exportações de Mato Grosso. No primeiro trimestre de 2025, o produto respondeu por 80% do volume exportado e por 90,7% do valor gerado nas vendas internacionais de proteínas animais.
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Secex/MDIC), compilados pelo Centro de Dados Econômicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e reforçam o protagonismo do Estado no cenário agroindustrial nacional.
Entre janeiro e março, Mato Grosso embarcou 170,7 mil toneladas de carnes bovina, suína e de aves, o que representa um crescimento de 8,58% em relação ao mesmo período de 2024. Em faturamento, a alta foi ainda maior: 19,3%, alcançando US$ 721,7 milhões — contra US$ 604,9 milhões no primeiro trimestre do ano anterior.
A carne bovina lidera com folga. Foram 137 mil toneladas exportadas, o que garantiu ao Estado US$ 654,7 milhões em receita. Com esse desempenho, Mato Grosso foi responsável por 20,5% de toda a carne bovina vendida pelo Brasil ao exterior, ficando atrás apenas de São Paulo, que respondeu por 21,7% do total nacional.
Com um rebanho de 32,8 milhões de cabeças, o maior do Brasil, Mato Grosso consolida-se como uma potência na produção e exportação de carne vermelha. O Estado vem somando esforços para expandir mercados, diversificar destinos e agregar valor ao seu produto, com o apoio direto do Governo do Estado, da iniciativa privada e de entidades como o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, o crescimento nas exportações é resultado da solidez do setor produtivo e da política de atração de investimentos desenvolvidas pelo Governo do Estado.
“Esses números refletem o trabalho do pecuarista, da indústria e do Estado em promover a carne mato-grossense no mundo. Estamos colhendo frutos de uma política forte de internacionalização, atração de investimentos e participação em feiras globais”, destaca.
Além disso, o secretário lembra que, já em maio, o Estado vai receber da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) o certificado de zona livre de febre aftosa sem vacinação — um avanço sanitário histórico que deve abrir portas para mercados ainda mais exigentes, como Coreia do Sul e Japão. “Essa certificação vai nos colocar em um novo patamar de competitividade internacional”, afirma Miranda.
O Imac, com apoio do Governo, tem atuado fortemente na promoção da carne mato-grossense no exterior, marcando presença em eventos internacionais e articulando com compradores e investidores estratégicos. O objetivo é fortalecer a imagem da carne produzida no Estado como sinônimo de qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade.
"A cadeia da carne é dinâmica e exige estratégias assertivas para a abertura de novos mercados. O Imac tem atuado de forma estratégica na promoção da carne mato-grossense, com formação de parcerias, destacando sua qualidade, sustentabilidade e potencial competitivo, com o objetivo de atrair stakeholders e fomentar novos negócios no cenário internacional", destaca a diretora executiva do Imac, Paula Sodré Queiroz.
Aves
Já as carnes de aves somaram 25,2 mil toneladas exportadas, com faturamento de US$ 49 milhões, crescimento relevante sobre os US$ 40,6 milhões obtidos no mesmo período de 2024. Os principais mercados foram Arábia Saudita, China, Japão, Emirados Árabes Unidos e Jordânia.