CUIABÁ - Tecnologia como ferramenta de negócio. Essa foi uma das análises extraídas da pesquisa inédita que levantou o Perfil do Pecuarista Mato-grossense na Era Digital. O estudo foi elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), e divulgado durante live nesta quarta-feira (15/06).
A pesquisa ouviu 409 pecuaristas de 93 dos 141 municípios de Mato Grosso. Juntos, os pecuaristas participantes representam 356 mil cabeças de gado, 1,09% do rebanho total do estado. A faixa etária média dos pecuaristas que responderam à pesquisa está entre 46 e 65 anos, 45% com ensino superior.
Segundo a coordenadora do projeto, Vanessa Gasch, a tecnologia vai auxiliar o pecuarista a se manter competitivo no mercado. “O maior desafio do pecuarista é aumentar a produtividade em uma menor área. Essa necessidade influencia nesse movimento de adoção de novas tecnologias”, afirma.
O estudo revelou que 87% consideram que a tecnologia auxilia na engorda do animal, sendo o melhoramento genético e balanças eletrônicas, as principais ferramentas de auxílio. Além disso, 82% utilizam smartphones para realizar comercialização de bovinos e 19% fazem uso de algum aplicativo ou software na propriedade.
De acordo com o superintendente do Imea, Cleiton Gauer, esses são alguns dos sinais sobre essa mudança de mentalidade do pecuarista mato-grossense. “É uma quebra de paradigma. O pecuarista está nesse movimento para o uso de ferramentas tecnológicas que podem ser de gestão da propriedade, investimentos em manejo e pastagem, implantação de IATF, entre outros”.
Conectividade – O estudo também trouxe dados em relação à conexão de internet na zona rural e apontou uma disparidade entre as regiões mato-grossenses. Enquanto no médio-norte, 86% dos pecuaristas revelaram que possuem algum tipo de conexão, na região norte, esse número cai para 55%.
Na média estadual, 71% possuem internet, a maioria apenas na sede da propriedade e via conexão de rádio (64%). Apenas 10% é via 4G. “Estamos falando de um estado gigante e quando olhamos para a zona rural ainda está aquém do que esperamos. Com a possibilidade da conexão 5G, esse quadro pode ser alterado, mas ainda é um grande desafio”, destaca Gauer.
O levantamento de dados foi feito entre os meses de setembro e outubro de 2021 e traz também os impactos da pandemia de Covid-19. As restrições impostas pelas medidas sanitárias aumentaram o uso do whatsapp e do telefone, de 65% para 78% e de 60% para 73% respectivamente. Inclusive, 78% utilizam Whatsapp para saber ou comprar novas tecnologias.
Os Dias de Campo e as feiras que deixaram de acontecer presencialmente por conta das restrições, foram substituídas como fontes de informação pelas redes sociais Instagram e Facebook, que atualmente ocupam o terceiro e o quarto lugar como principais canais de comunicação.
Estrutura da propriedade e do gado – O estudo apontou que 8% das propriedades não possui curral e 40% não têm balança nem bebedouro. Mais de 58% das propriedades são menores ou iguais a 500 hectares e 52% delas possuem rebanho entre 151 e 1.000 cabeças de gado.
Mato Grosso possui todos os tipos de sistemas produtivos que demonstram a heterogeneidade da pecuária no estado, sendo o mais realizado o de recria e engorda. Um fator preocupante é em relação a forma de identificação dos animais. Enquanto 6% usam chips eletrônicos, 18% dos pecuaristas não utilizam nenhum controle de manejo bovino. “A falta de controle é um ponto de atenção que pode impactar na gestão da propriedade”, destaca Gauer.
A live está disponível no canal do Imea no Youtube pelo link a seguir: https://bit.ly/PerfilPecMT. O e-book com todos os dados da pesquisa encontra-se disponível no site https://bit.ly/3xRheGTPerfilpecuarista ou na plataforma Imea Digital. (Ascom)
BRASÍLIA - O Brasil possui o maior percentual do território coberto por florestas nativas, em comparação com seus principais competidores internacionais no agronegócio. É o que aponta um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Enquanto 58,5% do território brasileiro é de terras preservadas, países como Alemanha, Argentina, Canadá, China, Estados Unidos, França e Índia apresentam percentuais abaixo dos 35%.
Para aumentar a área preservada, um projeto de lei (5518/2020), aprovado nesta terça-feira (14) na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, pretende desburocratizar os processos de concessão florestal.
Pelo modelo, o governo concede ao setor privado o direito de explorar temporariamente uma floresta pública de modo sustentável. Para o especialista em meio ambiente, Charles Dayler, a medida é apontada como uma das soluções para combater o desmatamento ilegal.
Segundo ele, o poder público não tem mão de obra, em quantidade e em qualidade, para tomar conta de todas as unidades de conservação como deveria.
“A transferência de parte desse poder é algo interessante. A partir do momento em que há um plano de manejo florestal, você garante que vai manter a cobertura vegetal daquela área.”
Outro benefício da concessão florestal é o desenvolvimento socioeconômico de comunidades remotas.
“Não existe uma rede logística muito forte na Amazônia [por exemplo]. Se você faz o corte de uma árvore, você vai, por consequência, fazer o desdobro dela dentro da própria floresta, o que necessita de mão de obra local. E dependendo do tamanho da área concedida, do volume de madeira que é extraída, podem surgir miniempresas ali dentro; tanto diretas, em função da própria concessão, quanto indiretas”, comenta Charles Dayler.
Desburocratização
O PL 5518/2020 pretende flexibilizar o modelo de licitação e os contratos de concessão florestal, para reduzir a burocracia e atrair investimentos. Para isso, o projeto propõe:
- A unificação operacional dos contratos, para alcançar ganho de escala e eficiências operacionais e financeiras;
- A supressão da necessidade de manifestação da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para inclusão de novas florestas ao Plano Nacional de Outorga;
- Que o concessionário da floresta possa ter acesso ao patrimônio genético da florestas para fins de fins de conservação, pesquisa, desenvolvimento e bioprospecção, desde que em conformidade com a Lei da Biodiversidade (nº 13.123/2015);
- Que o concessionário possa explorar a fauna e comercializar os créditos de carbono da área concedida.
Cinco perguntas para entender concessão florestal
Brasil possui sete florestas com contratos de concessão florestal
O relator na Comissão de Finanças e Tributação, deputado federal Sanderson (PL-RS), afirma que o projeto não causa nenhum impacto orçamentário aos cofres públicos.
“Hoje os parques são todos mantidos pela União. E nós sabemos que, se não tem dinheiro para saúde, não tem dinheiro para educação, imagine ter dinheiro suficiente para dar guarida em todos os sentidos para as reservas florestais no Brasil. Então, os parques serão protegidos e também haverá possibilidade, com a diminuição da burocracia, de um atrativo para que a iniciativa privada entre nessas concessões e faça exploração turística, cultural, esportiva inclusive.”
O parlamentar cita exemplos bem sucedidos de concessão florestal em outros países. “Estados Unidos é um exemplo claro disso. O Canadá também. O Canadá tem vários parques nacionais, que são preservados pela iniciativa privada e são exemplos de preservação ambiental, mas com exploração sustentada e sustentável”.
O PL 5518/2020 segue agora para análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. (Fonte: Brasil 61)
ÁGUA BOA - Vem aí mais um curso Senar. Trata-se do curso de operação de colheitadeira de grãos.
Será ministrado de 21 a 23 de junho, das 7h 30min às 17h 30min.
Existem apenas 12 vagas.
Inscrições devem ser feitas no Sindicato Rural ou pelo telefone 9.9959-5212.
ÁGUA BOA – Participa das Notícias Interativa, o presidente do Sindicato Rural.
Geraldo Delai apresentará a preocupação dos produtores rurais com a conjuntura mundial dos fertilizantes. Os aumentos de preços e a suposta escassez mexeram com o mercado.
Segundo ele, se o produtor deixar para a última hora a compra, pode ficar sem os fertilizantes, ou pagar preços que não espera.
Outra preocupação é com relação a produção mundial de óleo diesel e a suposta escassez de produto nos próximos meses. Acontece que em setembro, começará o trabalho das máquinas no campo, preparando o solo e plantando as primeiras sementes da próxima safra de grãos.
Geraldo Delai acredita que muitos assuntos hoje levantados na mídia são mera especulação, principalmente por se tratar de ano de eleições gerais. Mesmo assim, ele não descarta desdobramentos mais bruscos, o que seria outro duro golpe na frágil economia mundial.
Veja entrevista aqui -
ÁGUA BOA – Levantamento do IMEA publicado esta semana indica que o Araguaia apresentou crescimento na produção de soja em cerca de 16% nesse ano, comparando com a produção do ano passado.
Os municípios do Araguaia produziram juntos, 7.655.079 toneladas na atual temporada contra 6.589.714 toneladas da safra passada.
Querência é o maior produtor de soja do Araguaia, com mais de 368 mil hectares, segundo o IBGE.
O IMEA informa que a produtividade da soja fechou em 60,75 sacas por hectare no Araguaia.
No ciclo desse ano foram semeados com a oleaginosa, 2.100.000 hectares contra 1.932.000 da safra passada.
O Araguaia está incluso nas tabelas na região Nordeste.
VEJA TABELAS EM ANEXO