Clima extremo traz muita preocupação e insegurança para o produtor de Mato Grosso

Atualização 12 nov 23 

CUIABÁ - A falta de chuvas e o calor extremo têm provocado prejuízos nas lavouras de soja em Mato Grosso, com perdas de produtividade, necessidade de replantios e comprometimento da janela de semeadura do milho. Produtores já afirmam que vão reduzir a área destinada para o cereal e há também agricultores que não vão semear a cultura na safra 2023/2024.extremo
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, destaca que as condições das lavouras preocupam. De acordo com o Imea, a semeadura da soja alcançou 91,82% nesta sexta-feira (10) e está 3,69 pontos percentuais atrasados em relação à média dos últimos cinco anos.
“Isso traz muita preocupação, muita angústia, uma vez que o desenvolvimento é complexo, o produtor fica inseguro da própria comercialização e dos próprios investimentos. É com muita apreensão que a gente traz esses relatos e torcendo para que venha uma chuva para melhorar as condições das nossas lavouras”, destaca Fernando Cadore.
A Fazenda Galera, em Conquista D’Oeste, por exemplo, ainda não iniciou o plantio da oleaginosa, faltando pouco mais de 40 dias para encerrar o período de semeadura, que vai até 24 de dezembro. Na temporada anterior, mais de 80% da área já havia sido semeada até o dia 1º novembro, de acordo com o agrônomo da fazenda, Leonardo Marasca.
A semeadura do milho já foi descartada e o grupo já prevê a necessidade de ir ao mercado para comprar milho para alimentar os bois em confinamento. “Os pedidos de semente de milho que a gente tinha já foram cancelados. O impacto é muito grande. Vamos ter que buscar no mercado um milho provavelmente com preço mais alto para suprir a demanda. Hoje ficou inviável a produção de milho aqui na fazenda, a gente não vai plantar, infelizmente”, afirma Marasca.
Já o produtor Oleonir Favarin, da Fazenda Flor de Lis, em Santo Antônio do Leste, relata que iniciou o plantio com 20 dias de atraso em relação à safra passada. Porém, de 300 hectares semeados, ele precisou replantar 120 hectares, pois alguns talhões ficaram cerca de 20 dias sem chuvas. A área destinada para o milho será reduzida em 70%.
“Eu vou plantar 30% do normal que eu planto, vamos ver o que vai acontecer para frente, mas é só 30%, no máximo. A janela para semear o milho não fecha mais”, afirma o produtor.
Quem também deve reduzir a área do cereal é o produtor Ronan Poletto, da Fazenda Juliana, em Sorriso, que iniciou o plantio da soja com 10 dias de atraso. Em razão do clima atípico, Poletto prevê uma redução de 15% a 20% na produtividade. Ele relata que na safra anterior colheu 64 sacas de soja por hectare e espera colher apenas 55 sacas nesta safra.
“Nesse ano, se a gente conseguir 55 sacas de soja seria um feito histórico. Já o milho, os últimos talhões, vão ficar no risco, não vai produzir 100%. Também temos uma área em Itanhangá e vamos reduzir a área de milho em 40%. Está muito tarde, não adianta arriscar, é arriscar para perder. Numa época dessa, o melhor é perder menos, arriscar menos”, afirma Poletto. (Ascom)

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Calor exige atenção também com rebanho

CUIABÁ - Devido ao fenômeno do El Niño, espera-se que as temperaturas no Brasil permaneçam altas em quase todo o país.
Em Mato Grosso, a onda de calor se intensifica, podendo alcançar marcas entre 43ºC e 48ºC em várias regiões do estado.
Essas altas temperaturas, combinadas com o ar seco característico desta época do ano, não só representam riscos à saúde humana, mas também trazem preocupações para a pecuária local.
Francisco Manzi, Diretor Técnico Acrimat, alerta que o gado pode ser gravemente afetado por essa onda de calor. Ele explica que, apesar de algumas raças, como o Nelore e o Brahman, serem mais resistentes a essas condições, elas ainda sofrem impactos negativos, como a redução na ingestão de alimentos e, consequentemente, no ganho de peso.
Por isso, listamos algumas precauções que você pode adotar:
1. Manter o gado em pastos com sombra adequada.
2. Garantir que os bebedouros estejam limpos e que os animais tenham acesso constante a água fresca.
3. Evitar o manejo dos animais durante as horas mais quentes do dia.
4. Se o transporte de gado for necessário, fazê-lo durante as horas mais frescas ou à noite.

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