Produtores relatam preocupação com a colheita de soja na região Leste de Mato Grosso

Produtores relatam preocupação com a colheita de soja na região Leste de Mato Grosso

Atualizada 13 Dez 24

CUIABÁ - Na terceira semana da série MT Clima e Mercado, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) percorreu a região leste de Mato Grosso, visitando cinco cidades para mostrar a realidade das lavouras.

Em depoimentos, produtores destacaram os desafios enfrentados devido às condições climáticas, que impactaram o plantio e preocupa a colheita da soja. O produtor de Água Boa, César Giacomolli comentou sobre as fortes chuvas que prejudicaram o início do plantio da soja.

"As primeiras chuvas foram muito fortes, de até 100 milímetros, atrapalharam um pouco no início, mas depois normalizou. E agora estamos monitorando as lavouras, porque a umidade sempre traz pragas e doenças fúngicas ".

Já em Canarana, o delegado Fabian Gross enfrentou o excesso de chuvas, o que comprometeu parte da produção.

"Estamos em um período de muita chuva, em especial no mês de novembro, agora estamos na segunda semana de dezembro, abriu um sol, mas passamos um sufoco na época do plantio muito grande", disse ele.

O atraso no plantio gerou ainda preocupações em diversas cidades da região, como em Confresa e Querência, onde os produtores temem problemas na colheita.

"Acho que basicamente Mato Grosso inteiro sofreu com o atraso de plantio inicial. O ano passado foi um plantio que começou um pouco mais cedo, parando devido ao clima seco, mas esse ano foi um plantio contínuo, isso nos proporcionou uma janela de plantio curta. Agora estamos preocupados com a chuva na colheita", afirmou o delegado do núcleo Araguaia-Xingu, Sávio Barbosa.

Já em Querência, o delegado da Aprosoja-MT, Luis Paulo Anese destacou o risco de congestionamento nos armazéns.

"Estamos com medo na colheita de ter um gargalo nos armazéns por causa do excesso de umidade, se as chuvas que estão previstas lá em fevereiro se concretizarem, estamos com medo de ter problema lá na frente na colheita", declarou o produtor.

Em Porto Alegre do Norte, o produtor e delegado coordenador do núcleo Araguaia-Xingu, Reginaldo Brunetta, também compartilhou sua preocupação com a logística e a armazenagem.

"A gente tem problemas que tiram o sono, principalmente logística e armazenagem, devido a esse atraso de plantio, o que aconteceu foi um acúmulo de plantio no período muito curto, então isso preocupa muito a logística e o processamento desses grãos no armazém".

A série MT Clima e Mercado tem sido fundamental para que produtores de todo o país compreendam os desafios enfrentados em Mato Grosso. Atrasos no plantio podem afetar a área destinada à segunda safra e até levar a uma aposta em outras culturas, como sorgo e gergelim.

Diego Dallasta, vice-presidente leste e Lauri Pedro Jantsch, também vice-presidente leste destacaram a importância da série para os produtores.

"A gente era carente de informações acerca de todas as regiões do estado, então a Aprosoja MT com o passar dos anos, vai criando esse vínculo maior ainda com todos os produtores de todo o Brasil, e dando um respaldo maior de informações para o produtor rural, e para toda a sociedade em geral", destacou Diego Dallasta.

Já Lauri completou sobre a importância de entender a situação das lavouras. "É muito importante para nós produtores sabermos a real situação das lavouras de todo o estado, e assim termos um panorama geral de toda a safra, acho um trabalho muito importante esse trabalho que a Aprosoja está fazendo", disse ele.

Na próxima segunda-feira (16.12), a equipe da Aprosoja MT seguirá para a região oeste, marcando a última semana da terceira edição da série.

Israel Prates


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MT Clima e Mercado encerra segunda semana: veja situação das lavouras


Atualizada dia 01 dez 24 

CUIABÁ - Na terceira temporada da série Mato Grosso Clima e Mercado, a equipe da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) percorreu mais de 2 mil quilômetros nas regiões sul e leste do estado, visitando oito cidades e propriedades rurais. Foram realizadas 12 entrevistas com produtores e delegados, que compartilharam suas experiências.

A primeira cidade visitada foi Campo Verde, onde o produtor André Pezzini explicou que o atraso das chuvas em outubro fez com que alguns produtores deixassem talhões sem plantar, adiando o cultivo para a próxima safra. "As operações tiveram que ser feitas de forma mais rápida, desde a aplicação de pré-emergentes, dessecação e a própria semeadura. Tiveram que ser feitas praticamente em tempo recorde", contou ele.

Ele mencionou que, ao plantar a soja mais tarde, o milho safrinha também será plantado mais tarde, o que pode afetar a próxima safra. Por isso, é crucial encerrar a safra atual corretamente, com atenção aos prazos.

Deniz Krampe, produtor e delegado de Alto Garças, explicou que a região enfrentou atraso nas chuvas e uma estiagem severa, o que gerou preocupação entre os produtores. "Na verdade, aqui a gente teve praticamente seis meses de seca. Ela secou muito, até as pastagens".

Conforme o delegado e produtor de Itiquira, William Rietjens, alguns produtores tiveram uma semana de atraso no plantio, enquanto outros enfrentaram 15 a 20 dias de atraso devido à estiagem e chuvas localizadas. "Os que tiveram 15 dias de atraso provavelmente terão mais problemas na condução da lavoura. Pragas e o momento de fazer o milho vão atrasar demais", detalhou.

Delegado e produtor em Paranatinga, Jean Marcell Benetti, explica que o atraso nas chuvas prejudicou o plantio da soja, afetando a janela para o milho. "Esse atraso vai dificultar ainda mais a safrinha de milho aqui. Muitos produtores já desistiram de plantar milho safrinha no ano passado, e eu sou um deles. Este ano, já estamos quase desistindo de novo e muitos estão buscando culturas alternativas, como o gergelim, que tem se destacado bem no Vale do Araguaia", acrescentou Benetti.

Em Gaúcha do Norte, Valdomiro Schulz explicou que será necessário terminar o plantio da safrinha de milho até o meio de fevereiro, o que encurtou a janela de plantio. Ele também destacou que a logística será um problema em 2025.

"Como o plantio começou mais tarde, as operações serão aceleradas para garantir a safrinha. A colheita vai acontecer no mesmo período e isso causará fila nos armazéns, porque temos apenas duas empresas que compram o nosso grão", disse Schulz.

Em Nova Xavantina, delegado coordenador e produtor da cidade, Bruno Tolotti, destacou que o atraso no plantio afetará a cultura da segunda safra, como já ocorre com outros produtores. "Alguns agricultores na região e no município precisaram replantar parte ou grande parte de suas áreas, e aí o prejuízo é grande, pois o custo da soja está muito elevado. Com o replantio, a situação se torna ainda mais complicada", concluiu ele.

A série Mato Grosso Clima e Mercado continuará a percorrer o estado, a partir do dia 9 de dezembro para a terceira semana da terceira edição, percorrendo as regiões leste e oeste do estado, a fim de entender as realidades e dificuldades enfrentadas pelos produtores.


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CUIABÁ - A terceira edição da série Mato Grosso Clima e Mercado, realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), percorreu, em sua primeira semana, 3 mil quilômetros pela região norte do estado.

Ao todo, 14 cidades e propriedades rurais foram visitadas, e 22 entrevistados, incluindo produtores, delegados regionais e membros da diretoria da Aprosoja MT, compartilharam suas experiências.

soja sentaEm Nova Mutum, o produtor Andrey Costa Beber relatou que o atraso nas chuvas resultou em uma janela de plantio da safrinha de milho 15 dias mais curta, um problema também sentido em Lucas do Rio Verde, onde a estiagem e o atraso das chuvas têm se intensificado nos últimos dois anos. O produtor Sestilio Jose de Marco apontou que, apesar das dificuldades, o plantio foi possível. "Todo mundo começou os plantios mais tarde, porque não havia umidade para plantar antes, o que encurtou a janela para o milho, dificultando a colheita e a entrega do grão. Vamos torcer para que não chova na colheita, pois, se chover, será preciso dobrar a capacidade de transporte", explicou.

Em Nova Ubiratã, Rodrigo Franzoi de Oliveira, delegado de Sorriso e produtor, se mostrou preocupado com o risco de doenças nas lavouras, que podem afetar a colheita de toda a região. Em Sinop, o produtor Jonas Felipe Riffel destacou a preocupação com os custos da produção. "Este ano, os preços da soja estavam mais condizentes com o mercado, o que nos permitiu nos preparar melhor, ao contrário do ano passado, quando compramos produtos a preços altos, mas a soja caiu na hora de pagar", comentou.

Em Marcelândia, Alexandre Falchetti, delegado coordenador e produtor, apontou que a principal preocupação está na logística de entrega da produção e no atraso da janela da safrinha do milho. A situação também é preocupante em Terra Nova, onde o produtor Fernando Bertolin mencionou o impacto do atraso das chuvas no planejamento da safra e a redução de investimentos. "O atraso no início da safra já preocupa pela concentração de colheita, que pode afetar a logística e a qualidade dos grãos", afirmou.

Outras cidades, como Paranaíta e Juara, também enfrentaram desafios semelhantes devido ao clima e ao atraso do plantio. Carina Ossani Kasprzak, delegada e produtora de Juara, comentou sobre a sobrecarga dos armazéns e a escassez de caminhões, o que dificultará o escoamento da produção.

Em Itanhangá, o delegado de Tapurah, João Batista de Souza, relatou problemas com a logística e a perda de grãos, devido à falta de armazéns e à demora para descarregar os caminhões. "Esse ano atrasou um pouco o plantio. Começamos ao inverso do que era os outros anos. O problema da logística também é a carreta, a perda de grão na lavoura, porque os caminhões ficam lá no armazém até três dias para descarregar, enquanto isso o produtor, que depende do frete, fica na lavoura com as máquinas paradas, deixando de colher o grão".

O vice-presidente norte da Aprosoja MT, Diogo Balistieri, acompanhou as gravações e destacou a importância da série para ilustrar como a estiagem foi diferente em cada região do estado.

"O problema com a estiagem foi mais pelo atraso em si do que pela falta de chuva. O atraso da chuva prejudica na janela do milho safrinha, pensando lá na frente. O atraso da chuva, sim, prejudicou. Mas, pensando não na produtividade do solo, porque acredito que será muito melhor este ano. Até porque um atraso não significa que haverá perda na produção. Pode ser que haja perda lá na frente com o milho, mas isso a gente está vendo", afirmou Balistieri.

O vice-presidente também destacou a relevância da série, onde os produtores e delegados destacaram de forma voluntária como está a sua lavoura, permitindo que outros produtores tenham acesso dados essenciais para a tomada de decisões no campo.

"Cada produtor, pequeno ou médio, na abrangência do estado inteiro, isso acabará atingindo todos os produtores, seja na sua região ou não. Com a série, o produtor vai poder ter uma base, da região e de outras", completou.

Além disso, Diogo Balistieri expressou agradecimentos aos produtores que estão colaborando com a série, cedendo suas propriedades e compartilhando seus depoimentos.

"Fazemos um convite a todos os produtores, associados ou não da Aprosoja MT, para acompanharem os episódios da série Mato Grosso Clima e Mercado. É muito importante, porque eles acabam tendo informações gratuitas, e essas informações são passadas pelo próprio produtor, sem interesse por trás disso. Simplesmente está mostrando a realidade de todas as regiões", concluiu.

Na próxima segunda-feira (25.11), a série retorna para o leste do estado, com o objetivo de entender as condições das lavouras dessas regiões. O primeiro município visitado será Campo Verde. (AScom)

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