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Produtores rurais protestam em Brasília

BRASÍLIA – Produtores rurais de Água Boa e de Mato Grosso estiveram junto com produtores de todo o país em Brasília, nesta terça (05.04), numa mobilização nacional para pressionar pela votação urgente do Novo Código Florestal Brasileiro. A comitiva do Estado foi organizada pela Famato e Sindicatos Rurais. Ao contrário de anos anteriores, quando os produtores só pensavam em caminhonaço e tratoraço, a tática mais radical dessa vez foi estar em Brasília.

 

De Água Boa os ônibus partiram da sede do Sindicato Rural na 2ª feira, com retorno na quarta (dia 06/04). Segundo o presidente do sindicato, Laércio Fassoni, cerca de 25 mil produtores estiveram na capital federal. O grupo Interativa destacou o enviado especial, repórter Dreyton Luft, para acompanhar essa manifestação dos agricultores na capital federal.

Homero Pereira, deputado federal pelo Mato Grosso, e vice-presidente da CNA - Confederação Nacional da Agricultura, disse que é obrigação do Congresso legislar para dar maior segurança ao campo. Ele criticou a aplicação indiscriminada de multas e até de prisões, como se os produtores rurais fossem criminosos. “É preciso conciliar tanto a defesa do ambiente quanto a garantia da produção de grãos para alimentar o país e o mundo”, disse ele. Homero acredita que o projeto relatado pelo dep. federal Aldo Rabelo, deve ser aprovado no Congresso, apesar de não ter unanimidade.

Já a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, rssaltou que a mobilização era pacífica e que visava mostrar aos parlamentares de todo país, o sofrimento da classe produtora rural com as políticas públicas da agricultura que seguem sendo instáveis, sem garantias.

“hoje chama os produtores de criminosos, por que a legislação atualmente, está ultrapassada e que não combina com a agricultura expansionista de hoje. Essa legislação foi feita para uma agricultura de 60 anos, que seguia parâmetros hoje ultrapassados”, declarou ela.

A senadora suplicou ao Congresso Nacional que vote a matéria com urgência, pois os produtores rurais hoje estão conscientes de que é preciso preservar o meio ambiente. “Mas também é preciso alimentar milhões de brasileiros e pessoas em outras partes do planeta. E isso só pode ser extraído da agricultura empresarial.

A defesa do setor ruralista era pela íntegra do documento, mas o próprio relator, Aldo Rebelo (PCdoB/SP) já começou a acatar mudanças propostas pelos ambientalistas e o segmento da agricultura familiar. Também o governo federal, por meio dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente, apresentou alterações.

O movimento, portanto, perdeu um pouco de seus objetivos. É certo que a proposta entrará em tramitação com a maior brevidade possível, mas a manutenção do texto original do relatório de Rebelo está praticamente descartado. Mesmo assim, os ruralistas deram sua demonstração de força.

O presidente da Famato, Rui Prado, comentou as dificuldades de mobilização, mas ressaltou a importância da iniciativa do setor produtivo. “A gente sabe a dificuldade que é mobilizar os produtores principalmente por termos um Estado geograficamente grande. Essa iniciativa mostra a indignação do produtor rural com a atual legislação ambiental. Precisamos de uma legislação que contemple tanto a preservação quanto a produção e estamos empenhados em sensibilizar os parlamentares para que priorizem a aprovação do Código Florestal”, afirmou o dirigente.

Além da Famato e da Sedraf, participam da mobilização a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) Associação dos Produtores de Algodão (Ampa) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/MT).

Texto e fotos: enviado especial Dreyton Luft.

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