Instituto Soja Livre observa tentativa de cobrança de royalties da soja
NOVA XAVANTINA – O Instituto Soja Livre (ISL) recebeu com preocupação a notícia de que as empresas Basf, Monsanto do Brasil, Du Pont, Dow Agrosciences (Corteva) e Syngenta submeteram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) a proposta de criar um Sistema denominado Cultive Biotec.
O projeto pretende promover a cobrança conjunta dos royalties devidos em razão da biotecnologia de soja. A biotecnologia vem crescendo no mercado mundial da soja e novas tecnologias têm sido desenvolvidas.
O Instituto Soja Livre foi criado justamente para defender a tecnologia da soja convencional, não-transgênica, e para garantir a liberdade de escolha do produtor rural que quer fugir do pagamento dos royalties das variedades transgênicas. Endrigo Dalci do Instituto Soja Livre afirmou que o produtor e o consumidor podem ter acesso à tecnologia convencional.
A ameaça de cobrança pode afetar ainda mais o mercado da soja convencional no Brasil. O ISL defende o a necessidade de efetuar mais pesquisas para o desenvolvimento de novas cultivares convencionais de soja, mas vem enfrentando muitos entraves. A notícia de que as grandes empresas se unem para a cobrança de royalties pode ser prejudicial, disse o produtor de Nova Xavantina/MT.
O Instituto Soja Livre ressalta uma outra preocupação. Caso o valor dos royalties cobrados na moega seja único, a escolha da tecnologia a ser utilizada pelo produtor que decide salvar suas sementes será prejudicada, pois independentemente do valor dos royalties cobrados pelas empresas no momento da aquisição de sementes certificadas, um valor único pode interferir na escolha da tecnologia, justamente por falta de concorrência.