Reforma Tributária deve deixar aquisição de imóveis no Mato Grosso mais cara
A reforma tributária, que está tramitando no Congresso Federal, pode deixar os imóveis mais caros para quem deseja realizar o sonho da casa própria. Com a expectativa do aumento nas tributações, apontando um redutor de apenas 40% sobre a compra e venda de imóveis, a previsão, caso não seja feita nenhuma alteração no texto, é que, com isso, haja uma desaceleração do mercado imobiliário.
Para se ter uma ideia do impacto do atual texto da Reforma Tributária, o valor de imóveis com ticket médio de R$ 500 mil, deve aumentar em aproximadamente 15%. Já para aqueles com preço acima de R$ 1,5 milhão, essa mudança pode ser ainda mais visível, em torno de 30%.
“Com isso, as famílias que vêm se preparando nos últimos para comprar uma residência de R$ 500 mil, por exemplo, agora devem pagar cerca de R$ 575 mil. É um acréscimo relativamente significativo”, afirma o CEO da Foco Negócios Imobiliários, uma das principais imobiliárias do interior do Mato Grosso, Tiago Borba.
Ainda segundo o especialista, para que o equilíbrio do mercado se mantenha, o ideal é que o redutor das alíquotas passe dos atuais 40% [como está no texto original da proposta] para próximo de 60%. “Só assim seria possível manter a carga tributária aplicada hoje e, com isso, não elevar o custo da moradia”, recomenda Tiago.
Setor de aluguel também será afetado
Outro ponto crítico é o impacto no mercado de locações. Segundo o especialista, a reforma tributária também prevê um aumento na tributação das receitas de aluguéis, o que deve pressionar os proprietários a repassarem esses custos aos inquilinos. Com isso, a estimativa é que o valor dos aluguéis também sofra um acréscimo considerável.
“Com aluguéis mais caros e diminuição na acessibilidade à moradia, especialmente para as classes média e baixa, que dependem mais deste tipo de habitação”, reforça.
Reforma pode desestimular investimentos para o setor
Uma vez que o aumento das alíquotas provoque uma redução na procura por imóveis e, com isso, comprometa a rentabilidade das aplicações feitas do mercado imobiliário, acredita-se que que investidores passem reconsiderar seus investimentos, dada a redução do rendimento líquido, o que pode resultar em um cenário devastador e com um efeito cascata.
“Ou seja, com investidores segurando cada vez mais o dinheiro no bolso e não investindo no mercado imobiliário por conta do preço, a redução de novos imóveis disponíveis para aluguel, por exemplo, pode ser inevitável, o que deve contribuir inclusive para a falta de imóveis residenciais para mercado de locação”, alerta o CEO da Foco.
Hoje, a cidade de Sorriso já se configura entre as três cidades do interior do estado com o maior déficit de residências para o segmento de aluguéis. Um levantamento feito pela própria Foco estima que é preciso aumentar em cerca de 20% a quantidade de opções disponíveis para locação.
Incorporação deve sofrer
Ainda para Tiago Borba, a desaceleração no mercado imobiliário pode chegar a 20%. Ele prevê que no caso das incorporadoras, que trabalham com execução de produtos a médio e longo prazo, pode prejudicar [e muito] o fluxo de rentabilidade dentre outros aspectos. “Isso pode resultar também até em encerramento das atividades de muitos desses incorporadores, principalmente os menores”, finaliza.
(Hamilton Zambiancki - Assessoria de Imprensa Foco)