Bisavó que enterrou bebê indígena viva tem recurso negado
Atualizada dia 28/12/2022
CANARANA - Acusada de enterrar viva a bisneta recém-nascida, a indígena Kutsamin Kamayura teve recurso negado pela Justiça, que manteve a decisão de leva-la à Júri Popular na Comarca de Canarana (823 km a Leste de Cuiabá), cidade onde o crime aconteceu.
A decisão é da Turma de Câmaras Criminais Reunidas datada do último dia 15 deste mês.
A indígena responde por tentativa de homicídio. O caso está sob relatoria do desembargador Luiz Ferreira da Silva. O crime ocorreu em 5 de junho de 2018. Os desembargadores julgaram improcedente o pedido de desaforamento de julgamento.
No processo, a defesa da indígena alega imparcialidade dos jurados, visto a repercussão do crime na mídia, além de argumentar risco de vida de Kutsamin, já que houve excessivo “clamo social”.
Contudo, o entendimento é de que o desaforamento não se justifica devido ao fato de ter no território da Comarca uma significativa população indígena, sem a demonstração objetiva e concreta de que essa circunstância colocará em risco a imparcialidade dos jurados e/ou a segurança do julgamento, em virtude de animosidade dentro da própria aldeia, entre aldeias diversas ou entre os indígenas e a população não indígena”.
“Se assim fosse, nenhum indígena poderia ser julgado na Comarca em que está localizada a sua comunidade, em clara ofensa ao princípio do juiz natural. Pedido improcedente”, diz um trecho da decisão.
A avaliação é de que o “desaforamento é medida excepcional e somente é admitido quando presentes as hipóteses previstas no artigo 427 do Código de Processo Penal, sendo insuficientes, para esse desiderato, meras conjecturas ou ilações sobre a imparcialidade dos jurados”. “Desaforamento julgado improcedente”, afirmou o relator.
No caso, o relator ponderou que a indígena é acusada de, em tese, ter tentado contra a vida de sua bisneta, recém-nascida, por motivo fútil, com emprego de asfixia e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Segundo os autos do inquérito policial, a acusada Kutsamin Kamayura, por asfixia (soterramento, ou seja, enterrou a vítima em meio sólido) e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima (recém-nascida), tentou matar a recém-nascida A.P.K.T, não consumando o ato por circunstâncias alheias à sua vontade.
Kamayura auxiliou no parto de sua neta M.K.T, na época com 15 anos de idade. Na oportunidade, ela cortou o cordão umbilical que ligava a criança à mãe, enrolou a vítima em um pano, enterrando-a nos fundos do quintal da residência, em uma cova de aproximadamente 50 cm. As investigações revelaram que a família não aceitava a gravidez de M.K, por ela ser mãe solteira.
Em razão disso, a bisavó enterrou a recém-nascida viva em uma cova rasa. Após o parto e o enterro da criança, ninguém da família pediu qualquer tipo de auxílio ou ajuda à Casa de Saúde Indígena (Casai), apesar da adolescente apresentar hemorragia e precisar ser atendida. Tal fato demonstrou o ânimo de esconder o parto e, consequentemente, o homicídio tentado.
Após uma denúncia anônima indicando que a família havia enterrado um recém-nascido no quintal da residência, a vítima foi resgatada por policiais militares, com o apoio de policiais civis. Apesar de enterrada por aproximadamente 6 horas, o bebê estava vivo e com clínico de saúde grave, correndo sérios riscos de vida.
Transferida para Cuiabá, a criança ficou dias internada na Santa Casa. O quadro de saúde progrediu e ela recebeu alta. Investigações da Polícia Civil apontaram que a bisavó da recém-nascida, Kutsamin Kamayurá, e a avó Topoalu Kamayura, premeditaram o infanticídio. (Ascom)
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ATUALIZADA DIA 24 MAIO 2020
CANARANA - A Justiça de Canarana determinou que a bisavó acusada de enterrar uma bebê indígena viva enfrente júri popular na comarca. A decisão é do juiz Conrado Machado Simão, da 1ª Vara Criminal e Cível de Canarana.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, Kutsamin Kamayaura auxiliou no parto de sua neta de 15 anos de idade. A avó teria cortado o cordão umbilical que ligava Analu Paluni Kamayura Trumai à mãe, enrolou a bebezinha em um pano, enterrando-a no quintal da casa, segundo denúncia do MPE.
O fato ocorreu no dia 5 de junho de 2.018. A cova rasa tinha aproximadamente 50 centímetros. Uma denúncia anônima levou a polícia ao local, descobrindo a criança, que foi desenterrada, e socorrida ao Hospital. Após passar pelo Hospital Municipal de Canarana e transferida para o Hospital Regional Paulo Alemão de Água Boa, a bebê necessitou de UTI neonatal.
No dia 6 de junho daquele ano, a bebê indígena foi transferida para a UTI do Hospital Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá, onde ficou até dia 9 de julho. A criança ficou por cerca de 6 horas enterrada, e com diversos problemas, foi submetida a dois procedimentos cirúrgicos.
No dia 11 de julho de 2.018, já recuperada, a bebê indígena foi trazida para o Abrigo Municipal de Canarana. Dali para frente a batalha judicial continuaria para saber quem ficaria com a criança. Somente após um ano, o pai biológico conseguiu a guarda da criança.
A bisavó da criança, Kastumin Kamayura vai a júri popular em data a ser marcada pela Justiça de Canarana.
Veja histórico abaixo
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ATUALIZADA DIA 02 AGOSTO 2019
CANARANA – A Justiça de Mato Grosso concedeu ao pai, que é índio de outra etnia, a guarda provisória da bebê indígena que foi enterrada viva pela bisavó, em junho do ano passado, em Canarana.
A decisão de junho foi confirmada pelo Ministério Público Estadual (MPE). Analu Paluni Kamayura Trumai estava sob a guarda da Fundação Nacional do Índio (Funai). Em setembro do ano passo, a justiça solicitou um exame de DNA para comprovar a paternidade e decidir sobre a guarda da criança.
De acordo com o promotor Matheus Pavão de Oliveira, o resultado do exame foi positivo e comprovou a paternidade. Na época do fato, quando soube que a recém-nascida tinha sido enterrada viva, o pai já havia manifestado a intenção de ficar com a criança.
O indígena afirmou que não sabia da gravidez. Ainda segundo o promotor, um estudo psicossocial e antropológico foi realizado para avaliar quem teria condições de receber a menina que, atualmente, tem um ano. "O estudo demonstrou que, caso a guarda fosse concedida ao pai, não haveria nenhum prejuízo para a identidade e a segurança da criança", explicou ele.
O MPE fez um pedido à Casa de Saúde do Índio (Casai) para que o acompanhamento médico que a menina faz seja readequado e não comprometa o tratamento. O pai de Analu mora em uma comunidade indígena em Peixoto de Azevedo.
VEJA DETALHES DA MATÉRIA ABAIXO.
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ATUALIZADA DIA 11/09/2018
CANARANA - O Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Canarana, aguarda conclusão de estudo psicossocial, bem como resultado do exame de paternidade para definir o destino da bebê indígena Analu Paluni Kamayura Trumai, que atualmente encontra-se num abrigo público, no município de Canarana. A criança foi enterrada viva por quase seis horas, no dia 05 de junho de 2018, no quintal da casa da bisavó Kutsamin Kamayura, logo após seu nascimento. Após ser resgatada e levada para uma UTI, em Cuiabá, a bebê, que tem agora com três meses, está bem de saúde e aguarda um novo lar.
De acordo com o promotor de Justiça que acompanha o caso Matheus Pavão de Oliveira, existem duas ações com relação ao caso da criança, em andamento: uma criminal e outra civil. A criminal apura se realmente a avó da bebê Kutsamin Kamayura e a bisavó Tapoalu Kamyurá são as autoras do crime, conforme denúncia do Ministério Público. Já a que tramita na esfera civil apura, em síntese, quem seria o parente ou não parente mais adequado para ter a guarda da criança. “Foram solicitados estudos antropológicos e psicossociais para analisar o caso, assim que forem finalizados vamos avaliar a situação da bebê e ver qual é pessoa mais adequada para obter esta guarda”, explica.
Conforme ele, a criança está num abrigo público, porém, mantém contato familiar. “Não há uma vedação expressa que proíba parentes de visitá-la. O que tem hoje, obviamente, são restrições com relação a avó e bisavó, que são acusadas de um crime gravíssimo. No mais, a mãe pode visitar, o avô paterno, o pai, entre outros parentes. O pai, inclusive, manifestou interesse em ter a guarda da bebê, porém, nada será decidido antes da conclusão do estudo e do resultado do exame de DNA”, diz o promotor de Justiça.
Ele explica que, ao contrário do que foi noticiado na imprensa local, a mãe da bebê não tem ido amamentar e nem dar banho na criança, apesar de o Ministério Público estimular um contato familiar materno que vá fazer bem para a criança. “Infelizmente este contato próximo não aconteceu. A mãe vai de forma irregular ao abrigo, ela não tem este contato tão íntimo e afetivo que era o esperado e que foi noticiado na imprensa. Temos tentado restaurar este vínculo materno, mas até hoje isso ainda não aconteceu naturalmente”.
Com relação a guarda da bebê, ele diz que são várias as possibilidades. “A regra-geral é que se evite ao máximo a adoção, para que se mantenha sempre o vínculo familiar, com a mãe, com o pai, tio, avô, alguma pessoa que tenha vínculo afetivo e sanguíneo com a criança. Adoção é sim uma possibilidade, mas não é nossa prioridade primeira. A intenção é tentar manter esse vínculo familiar e se não for possível tentar uma adoção no seio indígena, mantendo a tradição cultural indígena. Após o estudo psicossocial vamos insistir para que algum familiar seja capacitado para exercer efetivamente a guarda da criança”.
O promotor de Justiça ressalta que as duas famílias da criança, materna e paterna, manifestaram interesse na guarda. “Porém, não basta falar, tem que demonstrar que possui interesse e condições de ter a guarda. Essa é a razão de ter um estudo psicossocial pormenorizado, adequado para aferir com precisão quem tem condições de ter a guarda da menor, até mesmo para não colocá-la numa situação de risco novamente”.
O estudo foi solicitado para a equipe técnica do Fórum de Canarana que vai analisar o caso com cuidado e dar um relatório conclusivo apontando quem seria aquele parente mais adequado para exercer a guarda da criança. “Tão logo seja concluído, tanto o exame psicossocial, quanto o exame de DNA, o Ministério Público vai analisar o caso com muito cuidado para ver quem é o parente adequado para exercer a guarda da criança. A partir disso tudo é que se vai decidir o destino da bebê. É um caso delicado e que exige muita cautela. Vamos analisar, sem nenhuma pressa, para só então dar um parecer favorável ou não para reintegração familiar ou se necessário, ainda, para fim de adoção”, explica o promotor de Justiça.
Conforme ele, a saúde da bebê é considerada estável, porém, pelo fato de ter permanecido muito tempo enterrada há uma requisição médica para levar a criança à Brasília, onde passará por uma neuropediatra a fim de verificar se a menor não ficou com alguma sequela. A avó e a bisavó conseguiram um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça e estão em liberdade. Ambas, porém, têm algumas restrições, entra elas visitar a criança, que está proibido por ordem judicial. (Ascom TCE)
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ATUALIZADA DIA 05/08/2018
CUIABÁ - O Desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), determinou a soltura da indígena da etnia Trumai, Kutsamin Kamayura, bisavó da recém-nascida enterrada viva, em Canarana, em junho deeste ano. Ela foi indiciada pela polícia e denunciada pelo Ministério Público por tentativa de homicídio, acusada de bater a cabeça da criança, logo após o parto, e enterrá-la no fundo do quintal, por ser filha de mãe solteira, conduta rejeitada na aldeia onde mora.
A bebê porém, depois de resgatada por militares, conseguiu reagir no hospital e recebeu alta. O desembargador Luiz Ferreira da Silva, que concedeu liberdade à bisavó, alega que se trata de uma “senhora de quase 60 anos de idade” e que “tem sofrido constrangimentos permanentes”. Considera ainda que existem, ainda, especificidades culturais “que tornam difícil o convívio social fora da tribo”.
O Habeas Corpus foi impetrado pelos procuradores federais Rogério Vieira Rodrigues e Wesley Lavoisier de Barros Nascimento, em favor de Kutsamin. A decisão é de 1º de agosto e foi publicada em Diário Oficial.
A avó da criança segue presa. As duas são acusadas de induzirem ainda outros indígenas ao crime, movidos por motivos culturais. O processo tramita na Comarca de Canarana.
A mãe da criança, ao receber atendimento psicológico, já manifestou intenção de criar a filha. Ela e o pai são adolescentes. A criança segue sob a tutela do Estado até a decisão final com quem ficará a criança.
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ATUALIZADA DIA 28/JULHO/2018
CANARANA - O Ministério Público Estadual, através da Promotoria de Justiça de Canarana, denunciou ontem, sexta-feira (27), Tapoalu Kamayura, avó da bebê indígena, Analu Paluni Kamayura Trumai, por tentativa de homicídio duplamente qualificado e omissão de socorro. A criança foi enterrada viva, no dia 05 de junho de 2018 e ficou quase seis horas.
Na denúncia o MPE diz que, Tapoalu tentou matar a sua neta recém-nascida, “por motivo fútil, com emprego de asfixia e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima. A acusada também deixou de prestar assistência e de pedir socorro da autoridade pública a pessoa ferida e em grave e iminente perigo, a saber, sua filha Maialla Paluni Kamayura Trumai, menor de idade”.
A menor engravidou em 2017, a gestão, no entanto, foi rejeitada por Tapoalu, que não aceitou uma “mãe solteira” em casa. “Por essa razão, premeditou a morte do bebê que estava por vir, de modo que convidou sua mãe Kutsamin Kamayura para sua casa, no período final da gestão”. A bisavó da bebê também foi denunciada pelo MPE.
No dia do nascimento da bebê, Tapoalu e sua mãe Kutsamin realizaram o parto de sua filha Maialla. “Na ocasião, Kutsamin, previamente ajustada com a acusada, retirou a bebê recém-nascida Analu da genitora e a levou para fora da casa. Assim, Kutsamin enrolou Analu em um pano e enterrou viva em uma cova no quintal da residência, sequer comunicando o óbito as autoridades competentes”.
Após o parto, Tapoalu manteve Maialla dentro da residência. Apesar da adolescente ter “sofrido uma grave hemorragia a avó e a bisavó se recusaram a levá-la ao posto de saúde, a fim de evitar que o parto e o posterior crime fossem descobertos”.
O crime foi cometido em virtude da rejeição sofrida pela recém-nascida no seio familiar, o que denota motivo fútil. “As acusadas ao enterrarem em uma cova a vítima ainda viva, praticaram o crime com emprego de asfixia. Por fim, em se tratando de um recém-nascido, evidencia-se a impossibilidade de defesa da vítima”.
A bebê indígena Analu Paluni Kamayura Trumai foi transferida, no dia 11 de julho, da Santa Casa de Misericórdia, em Cuiabá, para o abrigo municipal Higyno Penasso, em Canarana.
O translado aéreo foi acompanhado pelo Conselho Tutelar e Casa de Saúde Indígena (Casai) de Canarana, conforme determinação judicial.
A medida protetiva de acolhimento institucional foi requerida pelo Ministério Público do Estado, por meio da Promotoria de Justiça de Canarana. Desde que foi resgatada (5 de junho), a menina permaneceu até o dia 11 de julho na unidade hospitalar onde enfrentou dois procedimentos cirúrgicos após ter sido diagnosticada com infecção generalizada, insuficiência respiratória e alimentada por meio de sonda.
A avó Kutsamin Kamayura e a bisavó Tapoalu Kamyurá cumprem prisão especial na sede da Funai em Canarana.
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ATUALIZADA DIA 23/07/2018
CANARANA – A bisavó e a avó da indígena recém-nascida enterrada viva em Canarana, foram indiciadas pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, aborto tentado e omissão de socorro. As indígenas Kutsamin Kamayura, 57 anos, e Tapoalu Kamayura, 33, são, respectivamente, bisavó e avó da criança.
Conforme as apurações da Polícia Civil, elas teriam planejado enterrar a criança logo após o nascimento, no início de junho. As duas chegaram a ser presas e atualmente estão em liberdade, porém usam tornozeleiras eletrônicas. Conforme o delegado Deuel Paixão, o segundo inquérito sobre o caso foi concluído na última semana, após diversas testemunhas serem ouvidas.
Ele afirmou que as investigações e os depoimentos apontaram que Kutsamin e Tapoyalu teriam premeditado a morte da recém-nascida. “Ficou comprovado que elas simplesmente não queriam a criança e procuravam formas para dar fim à garota”. Segundo Dr. Deuel, testemunhas afirmaram que as mulheres teriam dado abortivos para que a adolescente de 15 anos, mãe da bebê, perdesse a filha durante a gestação. “Por este motivo, elas foram indiciadas pelo crime de aborto tentado”.
Elas foram indiciadas ainda por omissão de socorro em razão de não terem encaminhado a adolescente ao hospital logo após o nascimento da filha. A recém-nascida passou mais de um mês internada em um hospital da capital. Na semana passada, ela foi entregue a um abrigo de Canarana, conforme determinação do MPE. Ela aguarda decisão da Justiça sobre o seu futuro. A criança pode ser entregue para familiares, parentes ou ser encaminhada para adoção. (RDNews)
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ATUALIZADA DIA 09/07/2018
CUIABÁ - A bebê indígena Analu Paluni Kamayura Trumai, que sobreviveu após ficar 7 horas enterrada numa cova rasa, deve ser transferida da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá para a enfermaria, nesta segunda-feira (9), após apresentar melhoras consideraveis no quadro de saúde.
Conforme informações obtidas pela reportagem, a bebê já consegue se alimentar sozinha e o sistema renal está funcionando bem. O quadro de infecção foi controlado e desde o dia 25 de junho ela respira sem ajuda de aparelhos.
Na última semana, a bebê apresentou melhoras significativas e os médicos removeram o cateter de tenckhoff, por onde a bebê realizava diálise com uso de drogas vasoativas.
De acordo com o último boletim médico emitido pela coordenação do hospital, na última semana, Analu era acompanhada por fonoaudióloga para aprender a realizar a sucção adequadamenete, pois a dieta dela ainda estava sendo feita por sonda.
A recém-nascida foi transferida para a Santa Casa da Misericórdia de Cuiabá no dia 6 de junho. Antes, ela ficou internada no Hospital Regional Paulo Alemão de Água Boa em estado grave de infecção generalizada e insuficiência respiratória.
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ATUALIZADA DIA 03/07/2018
CUIABÁ – A bebê indígena resgatada após ser enterrada viva responde bem ao tratamento após intervenção cirúrgica. A menina que é da etnia Kamayurá, nasceu no dia 5 de junho e, logo após, foi enterrada viva em Canarana.
Em estado grave, ela foi transferida para Cuiabá no dia 06 de junho e segue na UTI neonatal da Santa Casa de Misericórdia. Conforme o boletim médico, o quadro clínico dela teve leve melhora.
No dia 7 de junho, o bebê passou por uma intervenção cirúrgica devido a hemorragia digestiva e ao mau funcionamento das funções renais. A criança ficou cerca de 7 horas enterrada viva. Devido ao trauma, apresentou infecção generalizada, distúrbio de coagulação e também uma hemorragia digestiva.
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ATUALIZADA DIA 22/06/2018
CANARANA – O juiz Darwin de Souza Pontes, de Canarana, determinou que as indígenas Kutsamin Kamayura, 57 anos, e Tapoalu Kamayura, 33 - bisavó e avó da recém-nascida sepultada viva dia 5 de junho, respondam por tentativa de homicídio fora da prisão, usando tornozeleira eletrônica.
A decisão acata pedido do Ministério Público Federal, que entende que o caso pode continuar tramitando na Justiça Estadual, por não ser esta uma questão coletiva. O juiz concordou. Conforme consta em decisão judicial, no interrogatório policial, Kutsamin teve dificuldade de se expressar. Ela é analfabeta, mas tem RG, recebe benefício social e entende a Língua Portuguesa.
Porém, para o juiz ficou claro que, tanto junto à autoridade policial quanto em audiência de custódia, "a ré tinha conhecimento da ilicitude" dos fatos. Pesa contra as indígenas o depoimento de uma enfermeira e servidora da Funai. Ela disse que os envolvidos no caso são integrados à sociedade, moram há muitos anos na cidade e conhecem a cultura urbana, embora fiquem transitando entre a casa onde moram e a aldeia.
Disse ainda que os envolvidos têm ciência do certo ou errado, sabendo que seria vedada a conduta de enterrar um recém-nascido de acordo com leis vigentes. A enfermeira contou que já presenciou muitos partos em aldeia e os indígenas não querem uma criança de mãe solteira convivendo com os demais. Segundo a testemunha, este foi o caso da adolescente de 15 anos, mãe da recém-nascida enterrada viva. A enfermeira disse ainda que não é justificativa não buscar assistência médica alegando descobertura.
Para ela, se não chamaram socorro, "já tinham a intenção prévia de descartar a recém-nascida". Explicou também que a Casai hoje faz todos os procedimentos quanto a óbito de natimorto, de todas as documentações, auxílio funerário, não sendo necessário enterrar criança em fundo de quintal, mesmo se nascer morta. A enfermeira também ressaltou que raros são os indígenas que ainda hoje em dia mantêm esta prática. No entanto, nem a bisavó e nem a avó confessaram que cometeram o crime motivadas por questões culturais.
O juiz negou pedido feito pela Funai de apresentá-las ao Fórum, “mas na primeira oportunidade embraça o cumprimento da citação”. Na decisão diz ainda que há sérios indicativos de que a Funai não estaria operando em Gaúcha do Norte, para onde avó e bisavó foram encaminhadas, e que ao invés de cumprirem prisão administrativa, teriam sido levadas à aldeia local.
Diz o Dr. Darwin que, na verdade, a sede da Fundação está abandonada o que “revela descaso com a Justiça”. O juiz mandou levar, em 3 dias, as indígenas de volta para Canarana, local do fato, para cumprir a prisão provisória e que seja colocada tornozeleira eletrônica nas rés, de modo a facilitar a fiscalização do cumprimento da prisão administrativa que ficou inviabilizada por inoperância da Funai. Até o momento, a Funai não se manifestou sobre o caso. A Federação dos Povos Indígenas emitiu nota se opondo a crimes contra a vida, lamentando os fatos e pedindo respeito aos demais indígenas, que nada têm a ver com este fato isolado.
A bebê segue internada na Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá.
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ATUALIZADA DIA 20/06/2018
CUIABÁ - A bebê indígena resgatada após ser enterrada viva responde bem ao tratamento das funções renais após a intervenção cirúrgica realizada há 11 dias. A menina, que é da etnia Kamayurá, nasceu no dia 5 de junho e, logo após, foi enterrada viva em Canarana.
Em estado grave, ela foi transferida para Cuiabá no dia 06 de junho e internada na Santa Casa de Misericórdia. Conforme o boletim médico emitido na manhã desta quarta-feira (20), a criança ainda encontra-se com a saúde bem debilitada, porém estável.
“Houve melhora considerável da insuficiência renal aguda já com programação para a retirada do cateter da diálise peritoneal”, consta em boletim. A unidade hospitalar informou ainda que a criança está reagindo bem ao tratamento e está em processo de retirada da sedação e do respirador mecânico.
No dia 7 de junho, o bebê passou por uma intervenção cirúrgica devido a hemorragia digestiva e ao mau funcionamento das funções renais. A criança ficou cerca de 7 horas enterrada viva. Devido ao trauma, apresentou infecção generalizada, distúrbio de coagulação e também uma hemorragia digestiva.
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ATUALIZADA DIA 11 JUNHO 2018
CUIABÁ – Segue internada na UTI Neonatal do Hospital Santa Casa da Misericórdia da capital, a índia recém-nascida que tinha sido enterrada viva na semana passada em Canarana.
A garotinha foi resgatada horas depois por policiais civis e militares. Depois de passar por dois hospitais, Canarana e o Hospital Regional de Água Boa, a indiazinha Kamayura foi transferida para a UTI Neonatal em Cuiabá.
Segundo fontes da UTI, agora pela manhã, a menina segue entubada e respira por aparelhos. Seu estado é grave mas estável. A avó e a bisavó dela foram presas na semana passada, por suspeita de tentativa de homicídio, já que a criança foi enterrada viva. A Funai está acompanhando o caso.
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ATUALIZADA DIA 08/06/2018
CUIABÁ - O estado de saúde da índia recém-nascida resgatada depois de ser enterrada viva em Canarana, piorou nas últimas horas. A criança está internada desde quarta-feira (6) em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá.
Um novo boletim médico, divulgado no final da manhã desta sexta-feira, aponta que a menina teve insuficiência respiratória e, por isso, foi entubada e respira com a ajuda de aparelhos.
Ainda segundo a Santa Casa, a criança apresentou sangramento digestivo e infecção. Por conta desse quadro de saúde, os médicos anunciaram que a recém-nascida passará por uma intervenção cirúrgica para colocar um cateter que deve tratar uma insuficiência renal.
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ATUALIZADA DIA 07/06/2018 16hs 45min
CUIABÁ - A índia recém-nascida resgatada depois de ser enterrada viva pela família indígena em Canarana, está internada em estado grave na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
Ela tem um quadro de infecção e insuficiência respiratória e está internada desde a noite de quarta-feira (6) em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. A menina sobreviveu após ficar seis horas enterrada e foi resgatada na terça-feira (5) por policiais de Canarana.
De acordo com o médico Ulisses do Prado, a criança pesa 2,420 gramas e o quadro de saúde, apesar de ser grave, é estável. A menina apresentou sangramento e passou por exames. Nossa reportagem manteve contato agora com a Santa Casa. Fonte da UTI disse que o quadro da criança é crítico, mas estável.
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CANARANA - A bisavó da índia recém-nascida resgatada na terça-feira (5) após ter sido enterrada viva em Canarana, teve a prisão convertida em preventiva. A anciã passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (6) no Fórum de Canarana.
A menina sobreviveu e foi resgatada por policiais, que registraram o resgate em vídeo. Kutsamin Kamayura, de 57 anos, durante seu depoimento, alegou que qa criança não chorou, e por achar que estivesse morta, foi sepultada. Seguindo o costume da comunidade indígena, ela enterrou o corpo no quintal, sem comunicar os órgãos oficiais.
Na decisão, o juiz Darwin de Souza Pontes, da 1ª Vara de Canarana, disse que para manter a ordem pública, determinou a prisão preventiva de Kutsamin. Ela deve responder por tentativa de homicídio. A bisavó foi transferida para a Cadeia Pública de Nova Xavantina. A Fundação Nacional do Índio acompanha a situação.
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ÁGUA BOA – A recém-nascida indígena da etnia Kamayura, resgatada na terça-feira (05.06) por policiais militares em Canarana após ser enterrado viva, foi transferida para a Santa Casa de Misericórdia, em Cuiabá, no início da noite desta quarta-feira (06.06).
A criança estava internada no Hospital Regional de Água Boa. De acordo com a administradora do Hospital Regional Paulo Alemão, Salete Lauermann, exames revelaram que a criança está com hipotermia grave e distúrbio de coagulação.
Esse diagnóstico levou a pediatra Flávia Bonini a pedir a transferência da bebê para a capital mato-grossense. A criança indígena seguiu direto para um leito de UTI neonatal da Santa Casa onde passa por avalição detalhada. A UTI aérea contratada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT) chegou por volta das 18hs em Água Boa e retornou 40 minutos depois. A chegada da pequena sobrevivente na capital causou repercussão.
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Trata-se de bebê indígena xinguano, ou seja, de uma etnia residente no Parque Nacional do Xingu. Uma das versões do fato decorre da cultura milenar de bater na cabeça e enterrar um dos gêmeos (o que traz o espírito do mal), e também os filhos “sem pai”, que seria este o caso da bebê indígena. Outra versão que chegou ao conhecimento do MPF é que a criança teria caído de cabeça no chão quando a mãe deu à luz no banheiro da casa, razão pela qual ela acreditaria que a criança já estaria morta ao ser enterrada.
O bebê foi encaminhado ao Hospital Municipal de Canarana, e de lá, transferido para o Hospital Regional Paulo Alemão, em Água Boa. O representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) já está em Água Boa e o Promotor de Justiça está a caminho.
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ATUALIZADA
CANARANA - A bisavó da índia recém-nascida que foi enterrada no quintal da casa, foi detida pela Polícia Civil de Canarana. A bebê sobreviveu e foi resgatada por policiais na noite de terça-feira.
A Polícia Civil estima que a criança recém-nascida tenha ficado enterrada por cerca de 7 horas, entre ás 14hs e às 20hs, até ser resgatada da cova rasa. A bebê está internada no Hospital Regional Paulo Alemão de Água Boa.
A bisavó de 57 anos, disse quea criança não chorou e, por isso, acreditou que estivesse morta. Seguindo o costume da comunidade indígena, ela enterrou o corpo no quintal, sem comunicar os órgãos oficiais. Ela foi indiciada por tentativa de homicídio, e passará por audiência de custódia ainda hoje.
O delegado de polícia de Canarana, Dr. Deuel Paixão Santana, informou que a avó e a mãe do bebê foram ouvidas na delegacia e liberadas. A adolescente está com um quadro de saúde debilitado e com hemorragia. A Fundação Nacional do Índio (Funai) acompanha a situação com a família e a bisavó.
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ÁGUA BOA - A bebê resgatada pela polícia após ser enterrada viva pela avó indígena em Canarana, passa bem de saúde. A informação é da administradora do Hospital Regional Paulo Alemão de Água Boa.
Salete Lauermann disse que a bebê foi submetida a diversos exames e está bem de saúde. "Trata-se de um milagre".
A criança segue internada no Hospital Regional em observação médica.
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CANARANA – Nesta terça-feira, policiais de Canarana resgataram uma criança enterrada viva. O fato ocorreu com uma família indígena. A criança só foi localizada em uma cova rasa, por volta das 21hs. Os policiais se surpreenderam ao notar que a criança chorava.
O bebê foi imediatamente socorrido ao Hospital Municipal de Canarana, e de lá, transferido para o Hospital Regional Paulo Alemão de Água Boa. Policiais e pessoas presentes se emocionaram ao escutar o choro do bebê e constatarem que ainda estava com vida, horas após seu sepultamento.
A criança foi salva pelo major João Paulo, sargentos Fernando e Oliveira e pelo soldado Henrique. Consta no boletim de ocorrência que a garota indígena de 15 anos, tinha dado à luz por volta do meio dia de ontem, terça-feira (05). A etnia é do Parque Nacional do Xingu onde existem 19 nações indígenas.
Por volta das 16hs a criança foi enterrada viva em um terreno baldio ao lado de sua residência, na Av. Paraná, no bairro Nova Canarana. O fato chegou ao conhecimento de uma testemunha por volta das 20hs, quando a polícia foi acionada. Policiais militares em conversa com a avó da criança, foram informados que a bebê havia nascido morta por ser prematura. Após cavarem no local, a criança foi resgatada com vida, cerca de 5 horas após o sepultamento.