Lotes da AGX: Novo protesto contra a empresa e a divulgação feita pelo cantor Leonardo ocorre em Querência
Atualizada em 19-05-2025
QUERÊNCIA - Mais um protesto reuniu moradores e investidores neste domingo (18), no Lago Betis, em Querência (MT), após uma série de denúncias envolvendo a comercialização de lotes considerados irregulares nos empreendimentos Munique Smart Life, Recanto do Suiá e Vista Alegre. Os empreendimentos foram promovidos pela empresa AGX Empreendimentos e amplamente divulgados pelo cantor sertanejo Leonardo, entre 2021 e 2022.
O movimento foi organizado por compradores que se dizem lesados após adquirirem os terrenos sem regularização junto ao Cartório de Registro de Imóveis e sem aprovação da prefeitura municipal. A mobilização contou com faixas, discursos e manifestações pacíficas pedindo respostas por parte das autoridades e da empresa responsável.
A estimativa de prejuízo gira em torno de R$48 milhões, de acordo matéria do site G1 MT. Em um dos processos já protocolados na Justiça, a Associação Residenciais Munique, formada por cerca de 100 compradores, pede o ressarcimento de R$ 2,8 milhões. Segundo os autores da ação, mesmo após o pagamento integral dos lotes, as obras estão paradas, o terreno segue envolvido em disputa judicial com os antigos proprietários e não há qualquer infraestrutura entregue.
O terreno onde foi anunciado o empreendimento Munique Smart Life está em processo de reintegração de posse, movido por um casal de idosos que alega não ter recebido o valor total da venda. Do montante acertado de R$ 12,9 milhões, apenas R$ 4,7 milhões teriam sido pagos, segundo a ação. O restante estaria atrasado, com cheques sem fundos registrados desde maio de 2023.
Muitos compradores relatam que, além da falta de informações claras, enfrentam dificuldades em obter respostas da AGX. A empresa, por sua vez, nega irregularidades e afirma que os projetos fazem parte de uma captação de investimentos por meio de cotas em uma Sociedade em Conta de Participação (SCP), e não se tratam da venda direta de terrenos.
Em nota, a AGX também acusou um grupo de investidores de “distorcer informações” e provocar o travamento das obras com ações judiciais “sem embasamento”. A empresa afirma que não há inadimplência reconhecida por parte dela e atribui a paralisação dos empreendimentos à inadimplência de cotistas, estimulada por “calúnias e desinformação”.
Sobre a participação do cantor Leonardo, a assessoria do artista declarou que ele não tem qualquer vínculo societário com a AGX e apenas atuou como garoto-propaganda da marca, em ação publicitária semelhante às que costuma realizar para outras empresas. A AGX reforçou essa versão, informando que Leonardo “não possui responsabilidade administrativa ou contratual”, e que recebeu cotas como parte do contrato de uso de imagem.
O caso segue sendo investigado pelas autoridades e novas ações judiciais podem ser movidas por outros grupos de compradores. A expectativa dos organizadores do protesto é de que a manifestação impulsione uma resposta mais contundente das autoridades locais e da empresa envolvida.
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Venda irregular de terrenos em Querência: AGX e Leonardo acusados de prejuízo de R$ 48 milhões
QUERÊNCIA - A promessa de um futuro promissor em Querência, Mato Grosso, transformou-se em um labirinto de incertezas para centenas de compradores de terrenos no Residencial Munique. O empreendimento, que contava com a figura do cantor Leonardo como garoto-propaganda, agora é alvo de investigações e ações judiciais, levantando suspeitas sobre a legalidade das transações que somam R$ 48 milhões.
O Notícias Interativa que acompanhou de perto o lançamento do projeto, tornou-se um ponto central na coleta de relatos de compradores descontentes. Nossa reportagem passou a receber em 2024, um fluxo crescente de reclamações sobre o atraso nas obras e a falta de transparência por parte dos responsáveis.
As tentativas da Rádio Interativa FM de obter respostas do empresário Aguinaldo José Anacleto, responsável pelo empreendimento, foram infrutíferas. A falta de informações sobre o andamento das obras, a entrega dos lotes e a possibilidade de reembolso gerou apreensão e revolta entre os compradores.
Nossa reportagem, em busca de respostas, realizou consultas judiciais e descobriu nove ações relacionadas à venda dos terrenos em Querência, além de 29 processos ao todo contra a empresa AGX Participações e Empreendimentos LTDA, de Anacleto, que tramitam em segredo de justiça, no Tocantins, Goiás e Mato Grosso, demonstrando que outros empreendimentos envolvendo o nome da empresa também foram afetados pela ingerência da empresa.
As investigações revelam que os compradores questionam a legalidade da venda dos terrenos, alegando que os lotes não possuem registro ou aprovação da prefeitura, o que configuraria crime. A participação do cantor Leonardo, que atuou como garoto-propaganda do empreendimento, também é alvo de questionamentos.
A situação gerou duas frentes de ação judicial: Ações individuais, movidas por compradores, que buscam a rescisão dos contratos e a suspensão das cobranças e uma ação civil pública proposta por uma associação de moradores.
Decisões judiciais recentes determinaram a suspensão das cobranças das parcelas dos terrenos, mas o caso ainda não foi concluído. A incerteza paira sobre o futuro do empreendimento e o destino dos valores investidos pelos compradores.
Diante ao descaso da empresa com os compradores, a maioria das pessoas prejudicadas durante a realização desse investimento na cidade, esperam agora, receber através da justiça o ressarcimento dos valores após quase 3 anos de espera e sem respostas.
Com informações do g1MT
