CUIABÁ - Apesar das promessas do Governo Federal em auxiliar o agricultor que enfrentou adversidades climáticas na safra de soja 2023/24, o resultado que chegou ao produtor rural é considerado insuficiente diante da publicidade feita pelo governo.
A análise é da Comissão de Política Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), que destaca os juros altos. Considerado pelo governo como um “diferencial”, os juros prometidos na casa dos 8%, chegaram dobrados ao produtor, podendo ultrapassar, efetivamente, os 17% nas linhas de capital de giro.
“O Mapa chegou a dizer que ‘pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra’. Eu completaria com o seguinte, que pela primeira vez na história, um governo prometeu com tanta antecipação as soluções e que no final foram insuficientes”, comenta o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber.
“O produtor negocia uma linha de capital de giro para resolver um problema e cria outro maior”, completa o presidente da entidade. Lucas Costa Beber pontua também que as linhas voltadas para capital de giro, na prática, não estão em andamento, pois os juros tornam as operações inviáveis ao produtor mato-grossense.
Outra medida que se mostrou insuficiente, segundo a Aprosoja-MT, é a Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) 5.123, publicada pelo governo em março de 2024. A norma trouxe medidas de abrangeram a renegociação de operações de investimentos, destinadas principalmente para adquirir maquinário, o que não é a única necessidade do produtor.
As solicitações de renegociações deveriam ocorrer até o dia 31 de maio e não contemplaram, por exemplo, bancos de montadoras, que não repactuam as negociações fundamentadas nessa norma, pois as empresas alegam que não se trata de crédito rural. Já a renegociação de custeio permaneceu nas regras do Manual do Crédito Rural (MCR).
“Não há transparência nas informações sobre volume de renegociação, nem dados concretos do tema, porém sabe-se a partir de contato com as instituições financeiras que não estão utilizando as normas previstas na Resolução do Conselho Monetário, mas sim o disposto no Manual de Crédito Rural”, afirma Lucas.
Quebra da safra comprometeu capacidade de pagamento do produtor
A crise climática derrubou a produção em 6,2 milhões de toneladas, mesmo com aumento de área de 356 mil hectares em Mato Grosso. Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a produção saiu de 45,31 milhões de toneladas na safra 2022/23 para 39 milhões de toneladas na safra 2023/24.
Já a produtividade média ficou abaixo do Custo Operacional Total (COT). Segundo Imea, até maio, o COT era de 55,54 sacas por hectare. Por outro lado, a produtividade média ficou em 52,16 sacas, sendo que há registros de produtores que colheram menos de 30 sacas. Portanto, muitos produtores colheram menos do que o necessário para ‘fechar as contas’.
Adiamento do Plano Agrícola Pecuário 2024/2025
Nesta toada, o Governo Federal anunciou o adiamento do Plano Safra 2024/25 que seria lançado nesta quarta-feira (26.06), dificultando ainda mais a situação do produtor rural e o acesso ao crédito agrícola. (Ascom)
CUIABÁ - A campanha estadual de vacinação contra a brucelose que se encerraria no dia 30 de junho em Mato Grosso foi prorrogada para até o dia 31 de julho, conforme a portaria nº 176/2024, divulgada nesta terça-feira (25.06) no Diário Oficial pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT).
O prolongamento da data se deve a um déficit de aproximadamente 249 mil doses de vacinas no Estado para essa primeira etapa da campanha, que envolve bezerras bovinas e bubalinas, entre três e oito meses de idade. O desabastecimento do imunizante é nacional, conforme ofício circular enviado pelo Ministério do Abastecimento e Pecuária (Mapa), aos Estados, na qual relata que existe a falta da vacina. A previsão do Mapa é que o problema seja resolvido no segundo semestre.
Pelos balanços realizados pelo Indea, um quantitativo aproximado de 30 mil estabelecimentos rurais ainda não haviam adquirido até a primeira quinzena deste mês vacinas contra a brucelose, algo em torno de 44% das propriedades com a atividade pecuária.
Nos anos de 2011 e 2023, Mato Grosso já havia enfrentado um desabastecimento de vacinas contra a doença transmissível que ataca os bovinos, outras espécies animais e o homem. E nas duas situações, o problema foi resolvido com a prorrogação da etapa.
Além do prazo de aquisição e aplicação da vacina, a data para que os médicos veterinários emitam atestado de vacinação contra a brucelose ao Indea foi estipulado para até 02 de agosto. (Ascom)
BRASÍLIA - Um levantamento realizado pela Embrapa, com base em dados do último Censo Agropecuário (2017), revela que mais de 73% dos estabelecimentos agropecuários produtores de soja no Brasil têm menos de 50 hectares, podendo ser caracterizados como pequenas propriedades. “Portanto, são pequenos agricultores familiares que têm na cultura da soja boa parte da sua renda”, explica o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno. “Os dados mostram que a soja é uma cultura democrática, quando se observa o tamanho das propriedades em que o grão é semeado. Portanto, desmistifica a visão de que soja é usada somente por grandes proprietários de terras”, ressalta Nepomuceno.
O documento Características principais dos estabelecimentos agropecuários produtores de soja no Brasil segundo estratos de área colhida, de autoria do pesquisador André Steffens Moraes, da Embrapa Soja, será lançado na Reunião de Pesquisa de Soja, promovida pela Embrapa Soja, nos dias 26 e 27 de junho, em Londrina (PR). As informações compiladas na publicação mostram as principais características dos estabelecimentos agropecuários produtores de soja no Brasil, segundo estratos de área colhida.
Moraes revela que dos 236 mil estabelecimentos agropecuários produtores de soja brasileiros, 83% (196 mil estabelecimentos) encontram-se na região Sul do Brasil. No Rio Grande do Sul 81% dessas propriedades possuem menos de 50 hectares (77 mil propriedades). No Paraná, 79% dos estabelecimentos produtores de soja são pequenas propriedades (cerca de 65 mil propriedades) e em Santa Catarina 87% dos estabelecimentos têm menos de 50 hectares (cerca de 15 mil propriedades). As regiões Centro-Oeste e Sudeste participam com aproximadamente 4% do total de pequenas propriedades produtoras de soja ou cerca de 6 mil estabelecimentos cada uma e as regiões Norte e Nordeste, com menos de 1% cada.
As regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste concentram aproximadamente 98% do total de propriedades produtoras de soja brasileiros. Antes das enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul, a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2023/2024 de soja no Rio Grande do Sul e no Paraná era de 22 milhões de toneladas e 18 milhões de toneladas, respectivamente. Os dois estados do Sul juntos (segundo e terceiro maior produtor) produzem normalmente em torno de 30% da soja produzida no Brasil “Grande parte dos brasileiros desconhece que boa parte da produção de soja ocorre em pequenas propriedades rurais, localizadas principalmente na região Sul”, destaca Moraes.
O levantamento, realizado por Moraes, revela ainda que o uso intensivo de alta tecnologia adotado nas grandes propriedades de soja, também está presente nos pequenos estabelecimentos produtores de soja. “Entre as variáveis tecnológicas adotadas em qualquer propriedade de soja no Brasil estão o uso de insumos de alta qualidade, como sementes transgênicas, adubos e corretivos, assim como a utilização de maquinário e de armazéns para grãos, entre outras”, destaca Moraes.
Segundo o pesquisador, diversos fatores podem moldar a distribuição do tamanho dos estabelecimentos rurais de uma região: fatores históricos e culturais, disponibilidade e acesso à crédito e financiamento, condições climáticas e meteorológicas, acesso à tecnologia e à maquinário agrícola, topografia e qualidade do solo, entre outros. “Uma análise de tamanhos dos estabelecimentos rurais pode ter implicações para o desenvolvimento de políticas públicas, alocação de recursos e programas de apoio direcionados aos pequenos estabelecimentos e contribuir para identificar potenciais intervenções ou estratégias que possam ajudar esses produtores a enfrentarem seus desafios produtivos”.
Soja - Na safra 2022/2023, o Brasil produziu mais de 150 milhões de toneladas de soja, segundo a Conab, o que mantém o País na liderança mundial da produção do grão, seguida dos Estados Unidos e da Argentina. Atualmente a soja é cultivada em 20 estados e no Distrito Federal e os principais estados produtores são: Mato Grosso, Rio Grande do Sul Paraná e Goiás. “A cultura da soja é responsável diretamente por aproximadamente 6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e por cerca de 25% do PIB do agronegócio, além de gerar mais de 2,2 milhões de empregos”, afirma Nepomuceno. (Ascom Embrapa)
Atualizada 14 junho 24
ÁGUA BOA – Aconteceu ontem à noite (13/jun) o Circuito Aprosoja no CTG Coração Gaúcho de Água Boa.
Na ocasião, o biólogo Richard Rasmussen falou aos produtores rurais sobre os desafios do agronegócio e a defesa do meio ambiente.
Ele ressalta que os produtores do Mato Grosso são os que mais preservam o ambiente. "Ninguém vai colocar fogo em seu próprio patrimônio. O produtor precisa da palhada na lavoura para a proteção durante o prolongado período de estiagem", observou ele.
Além disso, o renomado biólogo destaca também que as cercas são patrimônio importante, marcos de divisas e proteção do produtor rural. Segundo ele, um quilometro de cerca custa mais de R$ 20 mil e ninguém vai queimar isso.
Ele concedeu entrevista exclusiva ao nosso Portal Notícias Interativa. Richard disse que é preciso buscar cada vez mais o equilíbrio entre produção e meio ambiente.
Richard também qualificou como inimaginável percorrer mais de 100 quilômetros de estrada de chão em péssima situação ligando o Médio ao Norte Araguaia durante o percurso do roteiro de eventos da Aprosoja. Ele considera isso um retrocesso e grave entrave ao desenvolvimento do agronegócio. "Situação vergonhosa em pleno século 21, para uma região que produz carne, leite e grãos".
Esse trajeto da BR-158, única rodovia que corta o Araguaia de norte a sul, é a rota de escomento da gigantesca produção do Araguaia rumo aos grandes centros consumidores ou de processamento da soja, do milho e outras comodities. Os portos de exportação seja do Arco Norte ou Santos/SP, também só podem ser alcançados pela rodovia federal.
Outra constatação é de que mesmo em trechos de asfalto, o pavimento necessita de atenção urgente em locais de serra e em outros onde não existe acostamento. Para ele, tudo isso entrava o desenvolvimento. Richard avisou que doravante a produção deve crescer ainda mais com os avanços da tecnologia no campo. "A última fronteira agrícola de Mato Grosso que é o Araguaia, vai aumentar a produção e precisa das condições ideais para o escoamento e o desenvolvimento", finalizou ele. (Escrito por Inácio Roberto Luft)
Veja detalhes:
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Circuito Aprosoja em Água Boa
Atualizada 12 jun 24ÁGUA BOA - Participa das Notícias Interativa, o delegado da Aprosoja, núcleo de Água Boa.
Altair Kölln fala sobre o Circuito Aprosoja marcado para esta quinta-feira, 13 de junho, a partir das 18h 30min no CTG Coração Gaúcho.
Na ocasião, o biólogo Richard Rasmussen estará falando aos produtores rurais sobre os desafios do agronegócio em relação ao meio ambiente.
Veja vídeo:
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Vem aí o Circuito Aprosoja 2024ÁGUA BOA - A cidade receberá a 18ª Edição do Circuito Aprosoja, dia 13 de junho, no CTG Coração Gaúcho.
o evento será a partir das 18h 30min, destinado aos produtores rurais e técnicos.
Trata-se do maior evento da cadeia produtiva da soja e do milho de Mato Grosso.
ÁGUA BOA - O produtor rural Jonas Apio voltou a fazer um apelo aos produtores rurais para aderirem ao projeto que prevê asfaltamento de 20 quilômetros rumo ao interior do município.
A estrada municipal AB-100 será asfaltada do trevo da Cocamar até o antigo Bar do Carlinhos. São cerca de 20 quilômetros que receberão as obras da parceria entre o governo do Estado, prefeitura e produtores rurais.
Quem ainda não aderiu ao projeto pode procurar a comissão que está à frente da parceria.
Veja vídeo: