ÁGUA BOA – A cultura do arroz pode ter até 3 mil hectares ocupados nessa safra.
A estimativa é do engenheiro agrônomo Lúcio Adalberto Motta Filho. O desinteresse dos produtores é imenso, já que a tradição no município era plantar arroz, desde a fundação da cidade.
No final do século passado, a área com arroz chegou perto dos 40 mil hectares.
O preço da saca ao produtor também é atrativo. Lúcio Motta disse que hoje, a saca está na faixa dos R$ 130,00.
Mesmo assim, os produtores acreditam que a cultura oferece muitos riscos. Já a semente produzida aqui vai principalmente para estados do Nordeste.
Veja vídeo.
CUIABÁ – Analistas do setor do agronegócio estão alertando para o cenário desanimador para o milho no Estado.
Com os altos custos de produção e os baixos preços, muitos produtores estão pensando em abandonar a cultura do milho de segunda safra.
Devem crescer as áreas com girassol, gergelim, algodão, sorgo e milheto como opções de segunda safra no Mato grosso.
Além da situação econômica, mais um problema está impondo aos produtores, uma opção diferente para a segunda safra: o atraso nas chuvas está provocando atraso na semeadura da soja.
Como consequência, os produtores já sabem que estão perdendo a janela ideal para plantio do milho de segunda safra.
Hoje, ainda não há uma estimativa segura quanto à área a ser semeada com milho na segunda safra.
CUIABÁ - A exportação de carne bovina mato-grossense registrada, nos últimos 10 anos, cresceu 220% de acordo com estimativas do Centro de Dados Econômicos de Mato Grosso (DataHub MT). O estado, que atualmente exporta US$ 3 bilhões de carne bovina para outros países, pode ter um aumento de 11% por ano e chegar a marca de US$ 3,7 bilhões. O estado é o maior exportador de carne em volume no país.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec- MT) foram movimentadas 6,8 milhões de toneladas. Dentre os países que compram a carne produzida no estado, estão: China, Turquia, Estados Unidos e Egito.
De acordo com o consultor de SAFRAS & Mercado e especialista no setor de carnes Fernando Iglesias o salto das exportações de carne bovina é um fenômeno nacional, mas Mato Grosso tem destaque.
“Quando a gente olha nos últimos anos a exportação de carne bovina, o salto não aconteceu apenas no mercado mato-grossense. O Brasil está exportando mais carne bovina nos últimos anos. Surgiu uma necessidade de compra por parte da China muito grande. Para você ter ideia, o Brasil hoje é um quarto da exportação global da carne bovina. O Mato Grosso, lógico, tem uma posição de destaque diante da importância que tem aqui no Brasil, mas de qualquer forma, nós vimos o crescimento das exportações também em estados como Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins”, explica.
Conforme a Sedec-MT, o estado possui 34,4 milhões de cabeças e responde por 15% do rebanho nacional. O estado consegue alimentar 20 milhões de pessoas por ano com a carne produzida — o que corresponde a 10% da população do país. O número é sete vezes maior que a população de Mato Grosso.
O especialista destaca ainda que a pecuária de corte tem papel imprescindível para a atividade econômica do estado e para o Brasil. “A pecuária de corte no Mato Grosso é de extrema importância. Nós temos ali o maior efetivo do rebanho de bovinos brasileiros, é o estado que mais abate do Brasil, é o segundo maior exportador de carne bovina brasileira. Então tem um papel muito grande dentro do mercado brasileiro. Ela gera empregos de maneira direta, indireta. Então tem um papel fundamental quando a gente olha para as economias regionais. Quando a gente olha para outras questões: gera emprego, gera renda, é um setor muito importante para a economia”, afirma.
Segundo levantamento realizado pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), os municípios que possuem a maior quantidade de animais no estado são: Cáceres, Vila Bela da Santíssima Trindade, Juara, Juína e Alta Floresta. Juntos, eles concentram 5,1 milhões de bovinos. Já os municípios com a maior quantidade de propriedades rurais voltadas para a pecuária são: Colniza, Cáceres, Juína, Nova Bandeirantes e Alta Floresta. (Fonte: Brasil 61)
CUIABÁ - O processamento de soja no Mato Grosso atingiu a marca de 8,88 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a setembro deste ano. O número indica uma alta de 2,52% em relação ao mesmo período do ano passado. Alta esta, que foi puxada pela exportação dos subprodutos da soja, em especial do farelo da soja. Os dados são do boletim semanal da soja realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
No entanto, conforme o IMEA, houve um recuo de 7,98% no volume de soja esmagado no estado no comparativo mensal. Em setembro foram processadas 1,01 milhão de toneladas. Já em agosto, segundo o instituto, o número chegou a 1,1 milhão de toneladas.
Para o consultor e analista de mercado na SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, o movimento de retração do esmagamento da soja a partir de setembro é normal.
“O auge do esmagamento no Brasil é entre os meses de março e agosto. A partir de setembro começa a cair um pouco essa demanda por esmagamento. Os meses de novembro e dezembro, por exemplo, são meses mais fracos. Janeiro e fevereiro também. Isso basicamente pela questão da oferta disponível de soja para esmagamento. Nos meses de novembro a dezembro a gente tem uma oferta menor disponível da safra que foi colhida, assim como em janeiro e fevereiro, que está começando a entrar os primeiros volumes de soja da safra nova, então é normal”, explica.
Segundo o especialista, os impactos do recuo do volume de processamento da soja na economia mato-grossenses existem, mas estão dentro do esperado.
“O Mato Grosso é o maior processador de soja do Brasil, tem quase 25% da capacidade instalada de processamento. Então o esmagamento tem uma importância muito grande para o Mato Grosso, mas nada que fuja do normal do mercado. Então, entra um pouco menos de receita por ter menos produto esmagado e a comercialização de subprodutos como farelo e óleo, então isto está dentro da normalidade”, ressalta.
O boletim do IMEA ainda destaca que a margem bruta das indústrias em setembro deste ano, apresentou alta de 3,80% no comparativo mensal, fechando com média de R$ 465,64 por tonelada devido ao aumento no preço do óleo no mês.
Principais municípios produtores de soja em Mato Grosso:
- Sorriso;
- Sapezal;
- Nova Mutum;
- Campo Novo do Parecis;
- Diamantino;
- Nova Ubiratã;
- Lucas do Rio Verde;
- Querência;
- Primavera do Leste;
- Itiquira;
- Ipiranga do Norte;
- Campo Verde;
- Campos de Júlio;
Esmagamento da Soja no Brasil
Ainda de acordo Gutierrez, no cenário nacional a expectativa é que o país feche o ano com recorde de esmagamento de soja. “O esmagamento deve voltar a crescer a partir de fevereiro ou março. Tudo depende da quantidade de grão que a gente tem disponível para esmagar. A partir do momento da entrada da safra em janeiro e fevereiro, a gente vai ter mais produto disponível da safra nova e a gente volta a esmagar mais. De uma forma geral, no Brasil neste ano, o esmagamento está sendo bastante forte e deve encerrar o ano com recorde. Ano que vem a gente pode aumentar um pouco mais, com mais oferta disponível que a gente está esperando para uma derivada de uma safra recorde”, comentou.
Fonte: Brasil 61
Cultivares com maior resistência à podridão de grãos e uso de fungicidas são opções de manejo para reduzir as perdas de produtividade, apontam redes de pesquisa que estudam o tema. Inicialmente chamado de anomalia da soja, o problema vem ocorrendo, com maior frequência, na região do médio-norte do estado de Mato Grosso e em Rondônia, desde a safra 2018/2019.
Diferentes espécies de fungos foram identificadas em vagens e hastes com e sem sintomas de apodrecimento de grãos, mas os fatores que desencadeiam o problema ainda são desconhecidos. Por isso, diversas redes multidisciplinares de pesquisa estão analisando dados como clima, fertilidade e física do solo, teor de lignina e outros que possam dar pistas sobre a doença.
A rede que avalia a eficiência dos fungicidas traz os primeiros resultados que poderão auxiliar nas estratégias de manejo da doença, com o lançamento da publicação Eficiência de fungicidas para o controle da podridão de grãos da soja, veja quadro abaixo.
Publicação sobre fungicidas para controle da podridão
A circular técnica Eficiência de fungicidas para o controle da podridão de grãos da soja, na safra 2022/2023: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos (Circular Técnica 197), é resultado da rede de avaliação de fungicidas formada pela Embrapa, Fundação MT, Fundação Rio Verde, Proteplan, Fitolab Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola, Centro de Pesquisa Celeiro do Norte (CPCEN), EPR Consultoria & Pesquisa Agronômica, MZ Consultoria Agronômica, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT-Sinop), Universidade Federal de Rondônia e Solo Fértil.
Em paralelo, outro grupo avaliou a reação à podridão de 54 cultivares de soja (42 transgênicas e 12 convencionais) e identificou cultivares com bom e médio nível de resistência e as que são suscetíveis ao problema.
A podridão dos grãos de soja
Desde a safra 2018/2019, o problema vem causando prejuízos aos produtores, especialmente na região do médio-norte de Mato Grosso e de Rondônia, o que levou à formação de redes de pesquisa para identificar as causas do problema e definir estratégias de manejo. “Durante as visitas à região, observamos que o problema atingia as cultivares de maneira diferente e os sintomas respondiam ao tratamento com fungicidas, por isso, foram formadas redes de ensaios cooperativos para avaliar a sensibilidade das cultivares à doença e a eficiência dos fungicidas”, relata o pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja (PR).
Os sintomas descritos inicialmente como anomalia correspondem principalmente à podridão dos grãos e das vagens. Diversas amostras foram coletadas nas quais foram encontradas, nas vagens, grãos e hastes, um complexo de fungos de diferentes espécies de Fusarium, Diaporthe e Colletotrichum. Em algumas safras, também observaram alta incidência de mancha-púrpura nos grãos, causada por Cercospora spp. “Esses fungos podem ser encontrados de forma latente na planta e nos grãos, (fungos endofíticos), sem causar sintomas aparentes: cada um associado a uma doença quando ocorrem os sintomas. Eles foram identificados mesmo em vagens e grãos sem sintomas”, diz a pesquisadora da Embrapa Cláudia Godoy.
A pesquisadora explica ainda que, no início dos sintomas, as vagens podem apresentar encharcamento, escurecimento ou ambos, sem abertura visível. Quando abertas, apresentam apodrecimento dos grãos. “A presença de vagens com sintomas e os grãos apodrecidos ocorrem de forma aleatória na planta e na vagem, respectivamente, não necessariamente acometendo todos os grãos”, conta.
Godoy avalia que os sintomas ocorrem principalmente a partir do enchimento de grãos (estádio R5), até sua maturação (estádio R8). Segundo ela, as condições de estresse relacionadas ao clima estimulam que os fungos latentes iniciem a infecção. “Os fatores que desencadeiam a maior frequência de apodrecimento de grãos por esses patógenos nessas regiões ainda estão em estudo”, explica Godoy.
Em ensaios realizados na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), diferentes espécies de fungos obtidos de vagens com sintomas de apodrecimento foram inoculadas em plantas de soja em casa de vegetação, mas até o momento, nenhum desses isolados reproduziram nas plantas os sintomas que ocorrem no campo.
A pesquisadora Dulândula Wruck explica que também estão sendo estudadas técnicas de inoculação, uma vez que alguns isolados matam a planta dias após inoculação quando se utiliza a técnica do palito. “Até agora com as informações que temos, é possível que outros fatores estejam envolvidos na manifestação dos sintomas, por isso que os projetos em andamento são multidisciplinares, analisando dados como clima, fertilidade e física do solo, teor de lignina, etc.
Praticamente todas as empresas de pesquisa localizadas no eixo da BR 163 no médio-norte do Mato Grosso estão estudando o problema. “Os resultados da rede de fungicidas e de cultivares da safra 2022/23 são uma fonte de informação para o produtor, para auxiliar no manejo do problema”, afirma a pesquisadora.
Avaliação de Fungicidas
Para avaliar a eficiência de fungicidas, no controle da podridão de grãos na soja, foram realizados cinco protocolos na região do médio-norte do Mato Grosso e em Rondônia. Os tratamentos utilizaram fungicidas sítio-específicos (atingem um processo metabólico do fungo ou uma única enzima ou proteína necessária para sua sobrevivência) isolados e em misturas sem e com fungicidas multissítios (interferem em muitos processos metabólicos dos fungos). “Nesses experimentos, os fungicidas foram avaliados individualmente e em aplicações sequenciais”, explica Godoy.
Durante a safra 2022/23, a pulverização de diferentes fungicidas, nos ensaios realizados em rede, tiveram como resultado a redução dos sintomas da doença e o aumento de produtividade. “O uso de fungicidas favorece tanto a redução da incidência de sintomas da podridão, quanto o controle de outras doenças, como a mancha-alvo - predomina na região - o que reflete em melhoria de produtividade”, explica Godoy. “Entendemos que os fungicidas são uma relevante ferramenta de controle, devendo ser definido, de acordo com a sensibilidade das cultivares à podridão de grãos e a outras doenças”, revela ele.
Além do uso de fungicidas no manejo da doença, os pesquisadores orientam a adoção de diferentes estratégias antirresistência. Eles defendem, por exemplo, que as informações obtidas nesses estudos ajudem a determinar programas de controle, priorizando sempre a rotação de fungicidas com diferentes modos de ação. Eles alertam que as aplicações sequenciais com os mesmos ingredientes ativos devem ser evitadas para diminuir a pressão de seleção de resistência de fungos aos fungicidas.
Avaliação de cultivares
Há cerca de um ano, a rede de avaliação de cultivares, formada por 12 institutos de pesquisa, universidades, cooperativas e fundações, busca compreender o impacto da escolha de cultivares no manejo da podridão de grãos. Os resultados obtidos em lavouras de Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sinop e em algumas áreas em Rondônia totalizam 3 milhões de hectares.
A rede avaliou 54 cultivares de soja (42 transgênicas e 12 convencionais) e ainda realizou experimentos em três épocas de plantio. De acordo com o pesquisador Austeclinio de Farias Neto, da Embrapa Cerrados (DF), as cultivares foram caracterizadas quanto à reação a podridão: as que apresentavam bons níveis de resistência, médios níveis e as que são suscetíveis. “Com essas informações, os produtores terão ainda mais subsídios para o seu planejamento, frente ao enfrentamento do problema”, destaca Farias Neto. Os resultados detalhados serão divulgados em breve. (Ascom foto Gabriel Rezende)