2.016 será ano difícil para a agricultura
CUIABÁ - Um ano difícil. É assim que o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin, se refere a 2016. Durante entrevista ao Rdtv e visita à sede do Rdnews, ele falou sobre as expectativas dos agricultores para esta safra e não esconde a preocupação diante do forte El Ninõ, que atingiu Mato Grosso.
De acordo com Endrigo, a entidade e os produtores já sabiam que um forte El Ninõ atingiria as lavouras mato-grossenses, no entanto, não esperavam que fosse tão intenso. “Isso é atípico. Mato Grosso é conhecido como um estado com regularidade e constância das chuvas e não por conta desse fenômeno. Muitos produtores plantaram e a chuva não veio.
Ele explica que, em virtude das irregularidades das chuvas, o produtor atingiu o maior índice de replantio da história. “Nunca se replantou tanta soja em Mato Grosso. Estendemos em 15 dias a janela para o plantio, bem como para a colheita, mas ainda sim o prejuízo será muito grande”, alerta.
Para se ter ideia, Endrigo conta que a queda na produtividade já ficou evidente especialmente nas regiões Norte e Leste, que foram as mais prejudicadas. No Nortão, a colheita já começou e a produtividade está bem abaixo das safras anteriores. “Estão colhendo, 5, 10, 15 sacas por hectares, quando a médica para a região é de 55 a 60 sacas por hectares”, lamenta.
“É o maior custo de produção na história. Prefeitos estão estudando como realizar isso para que a gente possa garantir que o produtor que não tiver colheita, não tiver renda, não seja penalizado juridicamente no futuro”, garante. Entre os municípios que estão trabalhando essa possibilidade estão Sorriso, Nova Mutum, Gaúcha do Norte, Canarana, Água Boa e Nova Xavantina. Os prejuízos podem alcançar 1 bilhão de reais. (RDNews)