Atualizada 19 Set 24
ÁGUA BOA - Um incêndio atingiu à noite passada uma propriedade rural nos fundos do frigorífico.
À noite, as imagens do incêndio são impactantes, assustadoras.
A região está com 154 dias sem chuva. A pastagem seca favorece ao alastramento do fogo. (Imagens: Tener Baumgarth)
Veja imagens:
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Queimadas enfraquecem o solo e aumentam possibilidade de erosãoAs queimadas têm se tornado um problema ambiental crescente em diversas partes do mundo, especialmente no Brasil. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), desde o início de 2024, já foram registrados cerca de 107 mil focos no país, um aumento de 75% em relação ao ano passado. Só em agosto deste ano, o estado de São Paulo contabilizou 3.482 queimadas. Esse número supera a soma total de focos registrados durante os anos de 2022 e 2023.
Para entender melhor os efeitos dessas queimadas no solo, é essencial considerar os fatores que influenciam sua saúde e funcionalidade. Segundo Fernando Carvalho Oliveira, engenheiro agrônomo e responsável técnico da Tera Ambiental, as consequências das queimadas são inúmeras, profundas e preocupantes, afetando a qualidade das áreas de cultivo de várias maneiras.
Uma das principais consequências das queimadas é a eliminação do repositório orgânico do solo dado pelos restos de culturas contribuindo diretamente para a redução ainda maior da matéria orgânica do solo. Desta forma, benefícios importantes da matéria orgânica ao solo são prejudicados como por exemplo a destruição da estrutura dos agregados do solo, interferindo na sua porosidade e comprometendo sua capacidade de absorção e retenção hídrica. O resultado é maior escoamento superficial e erosão.
Outro impacto significativo é a perda de nutrientes essenciais. O fogo elimina uma grande quantidade de matéria orgânica e nutrientes. O Nitrogênio, é volatilizado pelo calor intenso das queimadas. Essa perda pode levar a uma redução na fertilidade da área cultivável, tornando-a menos produtiva para atividades agrícolas.
As queimadas também afetam a chamada microbiota – comunidade de microrganismos que desempenha papel crucial na decomposição da matéria orgânica e no ciclo de nutrientes. O calor extremo das queimadas pode matar muitos dos microrganismos essenciais para o equilíbrio biológico do solo e para a disponibilidade de nutrientes às plantas. A alteração na microbiota pode levar a maiores dificuldades na recuperação das áreas de plantio.
Com a degradação estrutural e a perda de cobertura vegetal, a erosão torna-se uma preocupação crescente. A ausência de vegetação devido às queimadas aumenta a suscetibilidade à erosão. Sem a vegetação, o vento e a água podem facilmente desgastar a camada superficial do terreno, levando à perdas de nutrientes, entre eles fósforo e potássio, contribuindo para a inertização do solo. Esse processo de erosão não só reduz a qualidade, como compromete a capacidade do solo de sustentar a agricultura a longo prazo.
Várias práticas são sugeridas para mitigar os efeitos das queimadas. A recuperação pode incluir a aplicação de técnicas de cultivo sustentável, como a adubação verde, plantio direto e a adição de matéria orgânica. Fernando observa que o fertilizante orgânico derivado da compostagem de resíduos industriais e agroindustriais, especialmente o lodo de esgoto, é um grande aliado para a recuperação desses solos.
“Esse composto contribui muito para a melhoria das características químicas, físicas e biológicas do solo, possibilitando ganhos de produtividade. Além de ambientalmente sustentáveis e um exemplo de economia circular, o grande potencial desses produtos está em seu conteúdo de matéria orgânica, substâncias húmicas, microrganismos, macro e micronutrientes. Também melhoram a retenção de água e a capacidade de troca catiônica (CTC), que influencia na estabilidade, disponibilidade de nutrientes e no pH do solo”, explica. Além disso, o engenheiro agrônomo enfatiza a importância de políticas públicas e ações comunitárias para prevenir e controlar as queimadas.
O impacto das queimadas no contexto restrito às áreas cultivadas é profundo e multifacetado, afetando desde a estrutura física até a fertilidade e a microbiota do solo. “É primordial adotar medidas eficazes para mitigar esses impactos e promover práticas agrícolas sustentáveis. À medida que enfrentamos desafios ambientais cada vez maiores, é imperativo proteger e recuperar nossas áreas cultiváveis, garantindo sua capacidade de sustentar a agricultura e a vida em nosso planeta”, finaliza o engenheiro agrônomo. (AScom)
ÁGUA BOA - O Sindicato Rural e a Aprosoja promoverão nesta quarta-feira, dia 18 de setembro, um café da manhã.
O evento será a partir das 7h 30min da manhã na sede do Sindicato.
A roda de conversa terá troca de informações sobre Royaltes, condições atuais das lavouras americanas e outros temas.
O coordenador da Aprosoja, Altair Kolln, comandará os trabalhos.
BRASÍLIA - O valor de produção das principais culturas agrícolas do Brasil apresentou queda de 2,3% em 2023, em relação a 2022, chegando a R$ 814,5 bilhões. No entanto, a safra de grãos bateu recorde, atingindo 316,4 milhões de toneladas. Esse volume é 19,6% maior que a produção do ano anterior. Já a área plantada do país, levando em conta todas as culturas, chegou a 96,3 milhões de hectares. Os dados foram publicados nessa quinta-feira (12), pelo IBGE.
O supervisor da pesquisa, Winicius Wagner, destaca que a produção teve um volume importante, mas alguns fatores contribuíram para uma redução no preço pago aos produtores.
“O excesso de oferta desses produtos, aliado a uma correção das principais commodities do mercado internacional e ao fortalecimento do real frente ao dólar, fizeram com que houvesse uma queda nos preços pagos ao produtor, o que afetou diretamente o Valor de Produção Agrícola nacional, que teve retração de 2,3% no ano”, pontua.
Entre os municípios, Sorriso (MT) se destaca na produção agrícola pelo quinto ano consecutivo e responde por 1% do total nacional. O município também apresentou bons números em relação ao valor gerado com a produção de soja (R$ 5 bilhões) e milho (R$ 2,1 bilhões).
Na segunda posição do ranking aparece São Desidério (BA), que, em relação ao valor da produção agrícola, totalizou R$ 7,8 bilhões, com uma queda de 12,4% na comparação com 2022. A produção de soja, algodão e milho foram destaques no município, com um total de R$ 7,6 bilhões.
Já Sapezal (MT) ocupa o terceiro lugar entre os municípios com maior valor da produção agrícola do país, com R$ 7,5 bilhões, e registro de recuo de 5,9% na comparação com o ano imediatamente anterior. O município destacou-se na produção de algodão herbáceo, obtendo o maior valor gerado com o produto, de aproximadamente R$ 3,5 bilhões.
Em 2023, os 10 municípios com os maiores valores da produção agrícola foram responsáveis, juntos, por R$ 65,1 bilhões, concentrando 8% do valor obtido no país com a produção agrícola. Seis deles estão localizados no Mato Grosso, enquanto Bahia e Goiás aparecem com dois municípios cada.
"Após a escassez de água em 2022 ter afetado o desempenho das lavouras naquele ano, principalmente a produção de grãos, em 2023 percebemos que as chuvas foram mais bem distribuídas durante todo o período, desde o plantio até a colheita. Isso fez com que tivéssemos uma recuperação da produtividade dessas lavouras, o que impactou diretamente no aumento da produção no ano”, destaca Winicius Wagner. (Fonte: Brasil 61 )
CUIABÁ - Nesta segunda-feira (09), o assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária, e presidente do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Carlos Augustin, o Teti, participou do Fórum Internacional da Agropecuária (FIAP), realizado em Cuiabá (MT). Na oportunidade apresentou aos participantes do fórum, o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistema Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).
Em sua participação dentro do painel Estratégias do Brasil para a Construção do Futuro, Carlos Augustin, abordou em sua palestra “O desafio de recuperar pastagens degradadas”, onde detalhou o programa de conversão de pastagens. “Um estudo que teve a liderança da Embrapa, chegou à conclusão de que dos 160 milhões de pastagens degradadas, 40 milhões de hectares tem um aproveitamento fácil, uma transformação sem muito custo econômico, por isso, a nossa ambição em chegar neste patamar de 40 milhões de hectares.
O principal quesito deste programa, é que no prazo de 10 anos que esta área objeto do financiamento para a conversão não poderá ter aumento de emissão de carbono e isso que vamos fazer”, destacou.
O assessor especial do Mapa destacou que o programa poderá atingir todos os níveis de propriedades. “O interessante da conversão de pastagens é que inicialmente nós achávamos que ficaríamos somente nos grandes produtores, mas isso se mostrou uma realidade diferente, com 20% de grandes produtores, 45% de médios e 35% de pequenos distribuídos em todo Brasil.
O Banco do Brasil tem um bilhão de reais de requerimento para esse programa e já pronto para ser aplicado, e uma coisa é certa nós não vamos fazer o financiamento apenas para aumentar a produção, a produção terá que cumprir os requisitos de sustentabilidade, certificação, carbono baixo para que a gente chegue com este produto no mundo com bastante competitividade”, concluiu.
O FIAP protagonizou o encontro de líderes do setor para debater o futuro do agronegócio global e antecedeu as reuniões do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, que terá a presença dos ministros das principais economias mundiais, além de representantes da União Europeia e da União Africana. (Ascom)